Este artigo tem como objetivo apresentar as potencialidades da roda de conversa como procedimento metodológico em pesquisas com crianças. A partir de uma pesquisa sobre a construção do processo argumentativo de crianças em período de alfabetização de uma escola pública no sudoeste goiano, propõem-se reflexões sobre as condições da roda de conversa em contexto de leitura dialógica com crianças e problematizações desse procedimento metodológico sobre as informações produzidas, destacando o caráter dialógico e reflexivo como fatores preponderantes para essa modalidade qualitativa de pesquisa. Ao entrar em contato com as vozes infantis com a utilização de rodas de conversa, seguimos o entendimento que esse método é de interesse da psicologia do desenvolvimento, principalmente por ser uma forma de acesso aos diálogos na infância. Nesse sentido, as crianças participantes demonstraram possuir condições de discutir, de dialogar com o discurso do outro, seja concordando, modificando a própria fala, ou até mesmo discordando. Assim, percebemos que as narrativas produzidas coletivamente são recursos advindos das trocas entre as crianças, que nos permitem entrar em contato com suas visões de mundo e significações que orientam e regulam suas ações.
Este artigo tem o objetivo de apresentar a Análise Temática Dialógica, seus fundamentos epistemológicos e sua aplicação em um contexto de pesquisa qualitativa com crianças. Partindo da concepção de linguagem elaborada e desenvolvida pelo Círculo de Bakhtin, apresentam-se os pressupostos que embasam esse tipo de análise: o caráter dialógico da língua, o entendimento da palavra como signo ideológico e a concepção de tema. São abordados também os conceitos de endereçamento e alteridade que guiam as análises, de modo que todo enunciado do(a) participante é considerado em relação ao outro – ou aos outros – a quem ele(a) se dirige. Após essa explanação inicial, apresenta-se um relato prático da aplicação da Análise Temática Dialógica às informações produzidas em uma pesquisa sobre tecnologia com crianças. A pesquisa se utilizou de roda de conversa como procedimento metodológico para investigar os significados presentes nas falas das crianças participantes sobre a presença das tecnologias em suas vidas.
Este artigo decorre de uma pesquisa sobre a construção do processo argumentativo de crianças em processo de alfabetização de uma escola pública no sudoeste goiano. O objetivo foi o de identificar e analisar os diálogos argumentativos das crianças durante uma roda de conversa mediada pela leitura dialógica do livro O menino que aprendeu a ver. Tomando por base teórica as noções conceituais a respeito da linguagem discutidas pela Psicologia Cultural e no pensamento dialógico do Círculo de Bakhtin, observamos que os diálogos argumentativos produzidos pelas crianças foram mobilizados pela entrada do “outro” no discurso, denominados neste estudo como disparadores argumentativos, tais como as intervenções da pesquisadora, as falas dos colegas e o texto literário.
Este artigo tem como finalidade analisar as produções científicas brasileira e internacional sobre argumentação no processo de alfabetização de crianças publicadas em cinco anos. Para isso, foi realizada uma pesquisa no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), utilizando-se dos critérios recomendados pela diretriz Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA), que resultou em um total de 18 artigos publicados entre os anos 2012 e 2017. Os resultados indicaram a presença da argumentação, como uma das formas elaboradas da linguagem, na produção de textos de crianças no processo de alfabetização. Verificou-se uma concentração de trabalhos que discutem argumentação pela apropriação da leitura e da escrita a partir da perspectiva sociocultural, possivelmente pela produção teórica consistente aos estudos da linguagem como prática social. Isso indica uma compreensão da argumentação como uma construção, mediante a interação verbal. Para avançar no estudo sobre a argumentação de crianças, sugerimos pesquisas que têm como ponto de partida a teoria histórico-cultural, que consideramos importantes para a análise da apropriação da linguagem na alfabetização de crianças.
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