RESUMO Qual seria o lugar da literatura no ensino de sociologia? Em que medida a leitura de narrativas literárias poderia favorecer o aprendizado das relações de gênero e sexualidade em nossa sociedade? Por meio de experiências escolares com o conto O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkins Gilman, este artigo problematiza o potencial pedagógico do uso da literatura no desenvolvimento de consciências e sensibilidades atentas às assimetrias, desigualdades e violências inscritas no cotidiano generificado que habitamos. Por fim, as afinidades entre literatura e teorias sociais feministas são enfatizadas enquanto possibilidades metodológicas de ensino e aprendizagem que privilegiam tanto a ressignificação do mundo social quanto a reorganização de si, no aprendizado de outras maneiras de se conceber e vivenciar a diversidade sexual.