Introdução: a população mundial está envelhecendo e o Brasil segue essa tendência, o que demanda uma reorganização da sociedade para o cuidado desses idosos. Observa-se, nesta tendência, um aumento do número de casos de depressão e demência, além da vinculação destas com outras doenças crônico-degenerativas. Objetivo: estimar a prevalência dos sintomas depressivos e déficits cognitivos em uma população de 60 anos e mais, moradora de um município de médio porte do interior do estado de São Paulo, e sua associação com outras doenças crônico-degenerativas mais prevalentes. Métodos: estudo transversal, com 364 idosos, utilizando: instrumentos sociodemográficos e de morbidade; o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), a Escala de Yesavage, a Escala de Atividades de Vida Diária e a Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD). Foram realizadas: análises estatísticas de frequências dos escores dos instrumentos; apresentação da sumarização das variáveis e as possíveis associações entre depressão/demência, aplicando-se o teste do X2 seguido do ajuste de um modelo de regressão logística para dados ordinais. Resultados: a suspeita de depressão foi encontrada em 44% (160) e o déficit cognitivo foi identificado em 38,7% (141) dos idosos. Aproximadamente 75% dos idosos, com suspeita de depressão ou déficit cognitivo, eram portadores de pelo menos mais uma patologia crônica. Foi possível estabelecer associações estatisticamente significativas entre: suspeita de depressão e AIVD (p<0,0001; OR=7,59; IC=3,361-7,139) e déficit cognitivo e AIVD (p=0,0007; OR=3,967; IC=1,788-8,799). Não foram encontradas associações entre idade, situação conjugal, escolaridade, inserção no mercado de trabalho, aposentadoria ou renda. Conclusão: idosos de ambos os sexos estão vulneráveis a doenças como depressão e demência. Por outro lado, sintomas depressivos e déficit cognitivo foram associados ao escore dos idosos comprometidos, segundo as AIVD.*Parte da Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Medicina de Botucatu para a obtenção do Título de Mestre em Saúde Pública.