No presente artigo, apresentam-se os resultados preliminares de um estudo pautado na leitura do processo de construção do instrumento astrolábio náutico, descrito por Simão d’Oliveira, em seu tratado intitulado Arte de Navegar, publicado em 1606, com vista a contemplar algumas potencialidades didáticas para o ensino de Geometria. Levanta-se a hipótese de que, por meio da leitura do processo de fabricação do astrolábio náutico, associado a uma organização de ensino – baseando-se na articulação entre o contexto dos conceitos matemáticos que emergem do documento histórico original e o movimento do pensamento, atrelado à formação dessas concepções –, pode-se conduzir o aluno, em sala de aula, de maneira profícua para o desenvolvimento do processo de análise e síntese, de suma importância à formação conceitual. Desse modo, verificamos que, pela descrição do processo de construção do instrumento náutico, foi possível explorar alguns conhecimentos geométricos oriundos de algumas ações da descrição da fabricação do instrumento, como os conceitos de circunferência, diâmetro, mediatriz, ângulos, quadrante, perpendicularidade, graus, dentre outros.