Tendo em vista a curiosidade natural das crianças em questionar, testar e criar, torna-se latente que o ensino das Ciências da Natureza para os primeiros anos escolares valorize e estimule tais características, aliando-as aos aspectos da própria Ciência e de seu desenvolvimento. Para tanto, emerge a necessidade de investir-se em uma formação inicial de Pedagogos voltada a esse fim. A partir de uma disciplina sobre o Ensino de Ciências, ofertada a estudantes de Licenciatura em Pedagogia, de uma Instituição Pública de Ensino Superior, da região central do Rio Grande do Sul, Brasil, nos propomos a analisar a produção de planejamentos de atividades voltadas às Ciências da Natureza para os anos iniciais, elaborados pelas alunas ao final da disciplina. Objetivamos investigar como se deu o processo de Transposição Didática (TD) dos conhecimentos. Para tanto, à luz da Análise de Conteúdo, elegemos quatro elementos organizativos da análise, considerando a influência: das crianças ao perguntarem, das políticas públicas, da formação inicial e das concepções pessoais das estudantes. A análise dos dados demonstrou o processo de TD como um produto inédito para cada futura docente. As estudantes elaboraram seus planejamentos explorando aspectos epistemológicos, pedagógicos e psicológicos das Ciências, valorizando as características infantis aliadas ao fazer científico. Nossos resultados reiteram o quanto um processo formativo inicial pode suscitar fagulha de (trans)formação nos sujeitos que os compartilham, reforçando a responsabilidade dos Cursos de Pedagogia em oferecerem oportunidades de formação que valorizem ideias e estimulem a criação e a autonomia em Ciências.