A contagem da população indígena no Brasil sempre foi um desafio para os pesquisadores da área. De maneira geral, observa-se uma carência de dados demográficos sobre esses povos no país (PEREIRA; SANTOS; AZEVEDO, 2005). Apesar disso, pode-se notar um esforço muito grande por parte dos antropólogos, historiadores, médicos, enfermeiros, organizações não governamentais, órgãos estatais, universidades, dentre outros, na produção de dados que possibilitem a realização de estimativas passadas e presentes do tamanho da população indígena no Brasil (PAGLIARO; AZEVEDO; SANTOS, 2005). Como resultado, há uma falta de consenso no que se refere ao contingente populacional indígena no Brasil, em relação tanto aos números atuais quanto aos números do passado (PAGLIARO; AZEVEDO; SANTOS, 2005). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pelas estatísticas oficiais do Brasil, também enfrenta o desafio de contabilizar os indígenas e, sem dúvida, vem fazendo um esforço muito grande para aprimorar a captação dessas informações. A reintrodução da categoria "indígena" no quesito cor/raça (Censo 1991), a mudança do quesito cor/raça para o questionário do universo, a reintrodução do quesito sobre língua falada e a inclusão do quesito etnia (Censo 2010) demonstram o compromisso do IBGE na elaboração de dados sobre os indígenas residentes no Brasil (