A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 trouxe prejuízos para a saúde mental dos indivíduos. Neste contexto, o presente trabalho consiste na avaliação das repercussões da pandemia relacionadas à saúde mental dos estudantes do curso de medicina de uma instituição do centro-oeste do Brasil. Assim, um questionário composto por perguntas sociodemográficas e questionários técnicos, PHQ-9 (Patient Health Questionnaire), SRQ-20 (Self-Reporting Questionnaire) e ASSIST/OMS (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test), foi aplicado aos acadêmicos entre junho e setembro de 2022. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa e prospectiva. Estudantes do primeiro ao nono período responderam à pesquisa, sendo que 69,9% são do sexo feminino, 86,5% estão na primeira graduação e 90,2% não trabalham. Em relação às alterações relacionadas à pandemia, 52,8% tiveram alteração no peso, 67,9% não possuíam diagnóstico prévio de transtorno psíquico, 28,0% possuíam diagnóstico de transtorno de ansiedade e 12,4% de depressão. 81,3% relataram alterações em relações interpessoais, 38,3% tiveram perda familiar por COVID-19 e 37,3% por outra razão. 21,2% possuem ou possuíam ideação suicida, 9,3% frequentam o NAPSI (Núcleo de Apoio Psicossocial) e 32,6% fazem acompanhamento psicológico por fora. De acordo com o PHQ-9, 34,1% dos participantes cursam com um possível diagnóstico de depressão maior. Com o SRQ-20, 55,4% foram identificados com possibilidade de ter transtorno mental comum. Por fim, o ASSIST/OMS identificou o álcool como a substância mais utilizada, sendo que 32,6% fazem uso semanalmente. Portanto, nota-se um provável sofrimento psíquico dos discentes relacionado à pandemia.