Síndrome de Lyell por imipramina -Relato de casoO objetivo do artigo é relatar o caso de uma paciente de 43 anos com síndrome de Lyell relacionada à ingestão de imipramina e mostrar as alterações corneanas associadas a lesões dermatológicas típicas da sín-drome de Lyell, que melhoraram após suspender o uso de imipramina e tratamento adequado. O oftalmologista deve estar apto para reconhecer, tratar e conduzir adequadamente os casos de síndrome de Lyell.
INTRODUÇÃOO primeiro relato da síndrome de Stevens Johnson (SSJ) foi publicado em 1922 como uma doença inflamatória aguda que afeta, predominantemente, a pele e membranas mucosas, incluindo a superfície ocular (1) . A síndrome inicia-se geralmente após o uso de algum medicamento ou infecções e apresenta etiopatogenia provavelmente autoimune (2) . Provoca quadro febril, raramente evoluindo para óbito, sendo, na maioria dos casos, autolimitada após a retirada do agente causador.A síndrome de Lyell (SL) ou necrólise epidérmica tóxica é a forma mais severa da SSJ, com 20-30% de mortalidade e envolvimento de 20% ou mais da epiderme, podendo haver perda em folhetos da derme (3) . O quadro clínico ocular é caracterizado por conjuntivite catarral bilateral, com secreção purulenta e membranas ou pseudomembranas, podendo estar associada a ceratites e úlceras de córnea (2,(4)(5) . Após a fase inicial aproximadamente metade dos pacientes com SSJ sistêmica severa continuarão tendo problemas na superfície ocular que incluem: simbléfaro, entrópio, ectrópio, triquíase, olho seco, inflamação conjuntival persistente, infecções conjuntivais e opacidades corneanas (6)(7) . Várias são as drogas que podem induzir a SSJ, dentre elas: sulfonamidas, barbituratos, alopurinol, antiinflamatórios, penicilina e mais recentemente, cefotaxime (8) , citosina-arabinosídeo (9) e vancomicina (10) . A imipramina é um antidepressivo tricíclico que inibe a recaptação de noradrenalina e serotonina. Essa droga, usada em várias formas de depressão, pode provocar efeitos colaterais, tais como: tontura, sonolência, boca seca, cansaço, aumento de peso, sudorese, visão turva, hipotensão, dentre outras (11) . O objetivo deste trabalho é relatar um caso de síndrome de Lyell secundária à imipramina, já que não é do conhecimento dos autores outra publicação semelhante.RELATO DO CASO N.M.G.S., 43 anos, feminina, branca, natural de Osvaldo Cruz -SP e procedente de Presidente Prudente -SP. Deu entrada no pronto socorro do
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