Desafios da gestão na escola pública paulista: a percepção do diretor ingressante

Abstract

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que buscou compreender os desafios dos gestores em seu primeiro ano no cargo de Diretor de Escola da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa cujos dados foram obtidos por meio de entrevista com roteiro semiestruturado com diretores de oito escolas públicas do estado de São Paulo. Os depoimentos dos diretores foram analisados e interpretados na perspectiva da análise de conteúdo e à luz da literatura que discorre sobre o assunto. Os resultados mostram que os desafios enfrentados pelos diretores, no primeiro ano de exercício, extrapolam aqueles postos na literatura, abrangendo outros característicos ao contexto escolar os quais estão intimamente ligados à concepção dos diretores acerca do exercício da gestão escolar. Além disso, na percepção dos entrevistados, a formação inicial não os tem subsidiado no enfrentamento dos desafios cotidianos e o curso de indução, obrigatório para o diretor ingressante, mostra-se positivo, mas pode melhorar, especialmente no tange à dimensão administrativa da gestão escolar.

Os Projetos E Planos Escolares Na Atividade Prática Do Diretor: Estudo De Casos Em Escolas Públicas De Um Município Do Interior Do Estado De São Paulo

“…O diretor escolar, cargo mais alto da hierarquia da unidade de ensino, tinha o papel de centralizador, assumindo o lado pedagógico, com funções de coordenação e mediação e administrativo, com funções de papel resoluções de problemas e "burocrata", isto é, da racionalização dos processos escolares, segundo as diretoras. (BOCCIA, 2011;LIBÂNEO, 2013;PARO, 2008PARO, , 2010MELO;MIRANDA, 2020) Aqui há que se discutir que não há a utilização de conceitos administrativos voltados para a literatura internacional do diretor escolar (LUNENBURG, 2010;GRISSOM;LOEB, 2011;GUNBAYI, 2011;SLATER, 2011), pois nos casos investigados havia maior preocupação com a parte pedagógica (o que não está errado) e práticas pouco desenvolvidas administrativamente.…”

“…Entretanto com sua mudança de escopo, foi incorporado ao PPP, mesmo não sendo o objetivo deste último plano. Assim, houve um esvaziamento do PDE enquanto plano e uma dificuldade das escolas para definir uma gestão estratégica condizente(BELL, 2002;MELO;MIRANDA, 2020), visto que o PPP é orientado para questões políticas. De fato, então, há uma necessidade das escolas públicas de um plano administrativo formal para a gestão de suas atividades, visto que a gestão estratégica das escolas ainda é incipiente(BELL, 2002).…”