Este ensaio teórico teve por objetivo refletir sobre desigualdades no acesso à saúde e à produção do cuidado integral de mulheres quilombolas, com foco na equidade, integralidade e garantia do direito à saúde. Adotou-se como referencial as Políticas de Promoção da Equidade em Saúde e, mais especificamente, na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Foram organizados dois eixos reflexivos, quais sejam: “Acesso ao cuidado em saúde e racismo: desafios à equidade em saúde e à garantia do direito à saúde” e “Integralidade na atenção à saúde de mulheres quilombolas: políticas e práticas de cuidado na atenção primária”. Identificam-se desigualdades de acesso aos serviços de saúde, demarcadas pelas vulnerabilidades econômicas e sociais, além de práticas de discriminação principalmente racial, as quais impactam negativamente nas condições de vida da população negra. Apesar dos avanços no contexto, social e econômico, torna-se necessário o fortalecimento nas instâncias de diálogo para dirimir os entraves evidenciados nas políticas públicas que atendam às demandas dessa população. Além disso, percebem-se a necessidade de enfrentamento do racismo, a discriminação, as vulnerabilidades e injustiças que dificultam a promoção do cuidado integral à saúde das mulheres quilombolas no âmbito da atenção primária à saúde.