O presente artigo focou-se no estudo da manifestação da nostalgia no discurso e na delimitação de aspectos subjetivos desta enquanto fenômeno sígnico e ideológico. O estudo discursivo desse fenômeno, pelo viés teórico do Círculo de Bakhtin, firma-se no fato de que a nostalgia, universal e contundente, não pode ser compartilhada e tampouco vivida se não através de signos e, consequentemente, de enunciados. Para tanto, fez-se uso de um corpus de pesquisa notoriamente nostálgico que conta com 106 editoriais da Revista Ferrovia publicados entre 1935 e 2017. Dentre todos, três tiveram sua análise em detalhe a fim de ressaltar o vínculo do enunciado nostálgico com o tempo histórico em que se vive. A síntese disto gera um poderoso efeito catártico que se perpetua nas esferas da atividade humana como instrumento para suportar um presente de agruras.