Peptídeos antimicrobianos (AMPs) são pequenas moléculas conservadas evolutivamente e encontradas virtualmente em todos os organismos vivos como parte de sua imunidade inata. Eles possuem um amplo espectro de atividade antimicrobiana contra diversos microrganismos, mas também ação anti-inflamatória, imunomodulatória, antitumoral, dentre outros efeitos. Desse modo, nosso objetivo foi compilar e analisar as informações mais atuais sobre AMPs naturais e sintéticos, considerando seus mecanismos gerais de ação, bem como seu potencial e limitações para uso clínico, especialmente no tratamento de infecções por Staphylococcus aureus. Além disso, discutimos brevemente o uso de novas vias de administração e a possibilidade do desenvolvimento de resistência bacteriana aos AMPs. Para tanto, foram usadas duas bases de dados, PubMed e Scopus e os descritores “Staphylococcus aureus”, “peptídeos antimicrobianos” e “novos antibióticos”. Os artigos foram filtrados para a língua inglesa e foram selecionadas publicações entre 2011 e 2016. Os resultados foram em sua maioria compatíveis com o que se obteve em revisões prévias, a saber, que existe uma grande variedade de AMPs, cada qual com características, atividades antimicrobianas e efeitos secundários específicos. Ademais, também foram apontadas modificações que podem ser usadas para o planejamento de novos AMPs e diferentes vias de administração que podem ser usadas para aprimorar os potenciais de um AMP, ou adaptá-lo para um propósito específico, como a prevenção de formação de biofilmes em cateteres ou no tratamento de uma doença específica. Por outro lado, eles também possuem limitações, que incluem: desenvolvimento de resistência bacteriana, citotoxicidade e reduzida estabilidade, eventualmente baixa eficácia quando comparados ao tratamento atual, elevados custos de produção, e mesmo inconsistências de resultados entre artigos, o que acreditamos estar relacionado a diferenças no método e/ou a cepa de S. aureus usados.