Neste artigo é proposto um relato de experiência sobre a interiorização das políticas públicas nacionais em Saúde Mental no estado de Pernambuco, especificamente na quinta região de saúde durante os anos de 2014 e 2018. Com o objetivo de historicizar o percurso para uma análise teórica e prática, foram observados contribuições, desafios e entraves na articulação entre os representantes das três instâncias de governo, principalmente nos municípios, tornando algumas informações relevantes sobre a implantação da rede regional em Saúde Mental aos trabalhadores. As vivências e reflexões críticas despontam para observações que questionam as políticas de saúde engessadas e centralizadas nas pessoas que ocupam a gestão municipal de saúde em detrimento das demandas do território ou nas informações das equipes de saúde. Também é possível compreender durante este processo que a interiorização das políticas de Saúde Mental avançou, porém não significou interiorizar as práticas antimanicomiais preconizadas pela Reforma Psiquiátrica. É possível concluir também que, entre conflitos, tensionamentos e discussões dos modelos de atenção, o sujeito em sofrimento precisa ser o foco das temáticas de implementação de redes em uma construção interdisciplinar do “entre vários” preservando a dimensão ética na política pública.