Resumo No presente artigo, analisamos a construção da Arqueologia no sudeste e sudoeste do Piauí, no intuito de explicitar as condições e os desdobramentos que têm configurado um conjunto de práticas arqueológicas assentadas na interface entre ciência e afeto. Tratam-se das ‘arqueologias afetivas’, que podem ser identificadas em processos socialmente engajados de produção de conhecimento, catalisadas nos contextos dinâmicos de interações que foram constituídos no semiárido. Para concretização desse propósito, consideramos desde o início dos trabalhos arqueológicos que culminaram na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, na década de 1970, até os eventos mais recentes, representados pela inserção da Arqueologia na expansão do ensino superior, com a criação do curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em São Raimundo Nonato, a partir de 2004. Nesse exercício, verificamos algumas sobreposições de cenários e, ao mesmo tempo, explicitamos as transversalidades com posicionamentos teóricos, metodológicos e políticos que se projetam a partir da realidade latino-americana.