From suspicion to intervention in deafness: characterization of this process in Campinas/SP Da suspeita à intervenção em surdez: caracterização deste processo na região de Campinas/SP ABSTRACT Purpose: To identify and detail the current situation of diagnosis and assistance to deaf children in two cities belonging to the administrative region of Campinas (SP). Methods: It was conducted a survey of 320 medical records of patients diagnosed with prelingual deafness in the period between 1996 and 2005, in two institutions located in the region of Campinas: a university clinic and a clinic specialized in the assistance to deaf individuals. Results: Regarding the suspicion of hearing loss, the average age of the subjects was 1 year and 9 months. The mean age of children referred to medical or speech-language pathology service was 3 years and 6 months; the mean age for deafness diagnosis was 4 years and 3 months; the mean age for the beginning of clinical intervention was 6 years and 1 month; and the mean age for hearing aid adaptation was 7 years and 5 months. Conclusion: Suspicion of deafness, the first visit to a doctor, diagnosis, intervention and hearing aid adaptation were all delayed when compared to current recommended diagnostic standards and conditions of access to services. In addition, there was a significant delay between each stage, especially in the period between the suspicion of deafness and the beginning of clinical intervention. Although Campinas region is well developed in economic terms, offering a broad network of health assistance services, this network was little efficient regarding assistance to deafness.
RESUMOObjetivo: Identificar e detalhar a situação do diagnóstico e atendimento de crianças surdas de dois municí-pios que pertencem à região administrativa de Campinas (SP). Métodos: Foi realizado levantamento de 320 prontuários referentes à pacientes com diagnóstico de surdez pré-lingual no período de 1996 a 2005, em duas instituições localizadas na região de Campinas: uma clínica especializada no atendimento à surdez e uma clínica universitária. Resultados: Quanto a suspeita da perda auditiva, a média de idade foi de um 1 e 9 meses.A média de idade da primeira consulta com o médico ou fonoaudiológico foi de 3 anos e 6 meses; para o diagnóstico da surdez 4 anos e 3 meses; para o início de intervenção clínica 6 anos e 1 mês; e para a adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) 7 anos e 5 meses. Conclusão: A suspeita, primeira consulta médica, diagnóstico, intervenção e adaptação de AASI ocorreram tardiamente, se considerados os padrões diagnósticos e de acesso aos serviços preconizados na atualidade. Além disso, há um intervalo de tempo importante entre cada uma das etapas, destacando-se principalmente o período entre a suspeita da surdez e o início da intervenção clínica. A região de Campinas é bastante desenvolvida economicamente, dispõe de uma ampla rede de serviços de saúde, mas se mostra pouco eficiente no que se refere ao atendimento em surdez.