O estudo de clima urbano na Região Amazônica é recente e apresenta atual relevância porque explica algumas das complexas mudanças ambientais envolvidas, destacando-se o consequente desequilíbrio físico dos sistemas solo-planta-atmosfera. Destacam-se a redução de índices de precipitação e umidade relativa do ar em contrapartida do aumento da radiação e temperatura do ar, induzidas pelo desmatamento e artificialização dos ambientes construídos. O objetivo da presente investigação é analisar a variabilidade média horária e mensal de elementos meteorológicos em três diferentes ambientes na Amazônia brasileira, enfatizando tanto o ambiente urbano quanto o ambiente florestal preservado. O estudo experimental urbano foi desenvolvido em Belém (PA) e Manaus (AM), e o florestal, na FLONA de Caxiuanã (PA). Os dados foram obtidos de estações meteorológicas automáticas localizadas a 1,5 metros da superfície do solo nas cidades e, no ambiente florestal, acima do dossel na FLONA de Caxiuanã. O período de estudo foi de 2009 a 2013, com medições dos elementos meteorológicos a intervalos de 30 minutos. Os resultados indicaram a precipitação como o elemento meteorológico mais variável, tanto espacial quanto sazonalmente (teste de Kruskal-Wallis). Para a temperatura do ar, umidade relativa do ar e radiação solar global, a variação mensal não foi significativa (p>0,05), contudo sendo mais perceptíveis as variações horárias sazonais. Em relação à temperatura do ar, houve significância (p<0,05) entre os menores valores da FLONA de Caxiuanã em relação aos das áreas urbanas. Conclui-se que houve significativa atenuação da temperatura e melhoria do conforto térmico relacionado na área florestal, o que enfatiza sua relevância em ambientes urbanos tropicais amazônicos. E, consequentemente, relação direta com a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.