Recebido em 21/2/11; aceito em 18/5/11; publicado na web em 29/6/11 VALIDATION OF AN ANALYTICAL METHOD AND SPECTROMETRIC DETERMINATION OF FLAVONOIDS FROM SUGARCANE LEAVES AND VINASSE AND COMPARISON WITH AN HPLC-UV METHOD. This paper reports on a modification of the procedures originally described in the French Pharmacopoeia for the UV-visible spectrometric analysis of flavonoids, and proposes a validation of the method and its application in the determination of total flavonoids from sugarcane (Saccharum officinarum) leaves and vinasse. An analysis of precision and accuracy revealed a low relative standard deviation (< 5.0%) and a good recovery percentages (99.79 and 98.34%). A comparison of the spectrometric results against those obtained by high performance liquid chromatography (HPLC-UV) demonstrated complete compatibility between the modified French Pharmacopoeia (spectrometric) and HPLC-UV methods.Keywords: sugarcane; flavonoids; UV-VIS spectrophotometry.
INTRODUÇÃOTécnicas cromatográficas instrumentais, tais como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e a eletroforese capilar (EC), têm demonstrado, através do perfil metabólico de seus extratos brutos, serem importantes ferramentas para a identificação de espécies vegetais e quantificação de marcadores fitoquímicos. 1,2 No entanto, devido às vantagens das técnicas espectrométricas, tais como o menor custo e a simplicidade operacional, documentos oficiais como as Farmacopeias Francesa, Europeia e Brasileira ainda adotam a espectrometria UV-Visível como método oficial para a análise quantitativa de vários marcadores em materiais vegetais, entre eles os flavonoides. 3,4 Os flavonoides (Figura 1) são muito estudados e reportados em documentos oficiais como marcadores de várias espécies vegetais 3,4 por apresentarem atividades biológicas e farmacológicas, tais como ação antimicrobial, anti-inflamatória, antialérgica e propriedades antioxidantes correlacionadas a efeitos protetores em doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer. 5 Estudos na literatura têm demonstrado que resíduos agroindustriais como o bagaço e as folhas da cana-de-açúcar (S. officinarum L., Gramineae) são fontes promissoras de flavonoides. [6][7][8][9] No Brasil, durante o processo de colheita manual as folhas da cana são queimadas e, consequentemente, descartadas. Com a queima desta biomassa por longo período, inúmeras partículas e gases poluentes estão sendo enviados à atmosfera, contribuindo para potenciais impactos ambientais como o aquecimento global, a formação de ozônio troposférico, o fenômeno de acidificação (designado por chuva ácida) e a toxicidade humana. 10,11 No processo de industrialização da cana-de-açúcar é produzido o vinhoto, vinhaça ou restilo, um resíduo pastoso e malcheiroso que sobra após a destilação fracionada do caldo. Após décadas sendo despejado indevidamente nos solos e cursos de água pelas usinas de açúcar e álcool, atualmente é bastante utilizado como fertilizante em plantações, mas ainda é motivo de grande preocupação. 12 O vinhoto é rico em ...