Ao estudar as obras de Nietzsche detendo o olhar ao problema do niilismo, percebe-se que ele pode assumir algumas formas. Encontramos um niilismo com potencial destruidor que poderá servir a dois princípios: destruidor e criador ou destruidor e suicida, o primeiro pode ser encontrado tal como na arte, e o segundo, nos ideias ascéticos da religião, por exemplo. O filósofo descreve que o niilismo pode ser sinônimo de poder ou de decadência: niilismo ativo e niilismo passivo. O niilismo ativo exprime força, mudança, radicalidade, afirmação elevando o indivíduo a uma existência desalienante. Enquanto o niilismo passivo, denota um indício de fraqueza, aceitação e resignação. Desta forma, na concepção de Nietzsche o niilismo assume uma estrutura dialética no sentido de que expõe um contramovimento, já que a negação pode ser utilizada para criar novos resultados, denota-se assim, uma negatividade produtiva do niilismo. O filósofo propõe então superar o niilismo por ele mesmo, fato que implica em tomar como antídoto o próprio veneno, tal medida, embora temerária, ainda é preferível a abandonar a humanidade ao lento suicídio do niilismo passivo. Portanto, trata-se de acelerar o curso, de escolher entre elevação ou declínio. Visto assim, o niilismo é abordado como um mal necessário, um estado intermediário patológico, o qual constitui uma prova difícil, tal como, “passar pelo fogo” para então se tornar um indivíduo resoluto e afirmador.