Introdução: A triagem auditiva neonatal possibilita que crianças com fatores de risco ou que falharam no teste sejam encaminhadas para o diagnóstico audiológico precocemente. Entretanto, a literatura aponta que há um número significativo de crianças chegando tardiamente a serviços de diagnóstico. Objetivo: Analisar as relações entre motivo do agendamento, idade e diagnóstico audiológico em um centro de reabilitação. Método: Foram analisados e coletados dados demográficos e audiológicos dos prontuários de 276 crianças agendadas para diagnóstico audiológico no serviço de saúde auditiva credenciado SUS no ano de 2018. Resultados: A maioria das crianças foi de meninos - 58,3%, a idade média no início do diagnóstico foi de 19,8 meses e 27,2% dos sujeitos não concluíram o diagnóstico. A maior parte das crianças que iniciaram o diagnóstico foram bebês que falharam na TAN (37,31%), seguidos de suspeita de deficiência auditiva (26,08%), queixas relacionadas ao atraso de linguagem (23,18%) e fatores de risco (13,4%). Das 201 crianças que concluíram o diagnóstico, 55,72% apresentaram algum nível de perda auditiva. A mediana das idades das crianças com algum grau e tipo de perda auditiva é menor do que a mediana das crianças sem perda auditiva (valor de p=0,0019). Houve diferença estatisticamente significativa (valor de p = 0,003) entre as idades das crianças sem perda auditiva e com perda auditiva. Conclusão: O estudo possibilita a análise do fluxo de agendamentos de crianças no serviço para que um maior número de crianças possa finalizar o diagnóstico audiológico adequadamente e iniciar a intervenção necessária o quanto antes.