2008
DOI: 10.22456/2236-6385.18908
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Diálogo inconcluso: os conceitos de dialogismo e polifonia na obra de Mikhail Bakhtin.

Abstract: Dialogismo e polifonia são dois conceitos importantes na obra de Bakhtin acerca dos quais a crítica atual tem debatido com frequência (ver, por exemplo, os trabalhos de BRAIT, 1996, FARACO, 1996, BARROS, 2003 e BEZERRA, 2008). No entanto, muitas vezes, eles são utilizados como sinônimos em alguns trabalhos (BARROS, 2003, p. 5; EMERSON, 2003, p. 164). Portanto, o objetivo do presente artigo é discutir os conceitos de dialogismo e polifonia a partir de uma revisão da literatura, buscando definir e distinguir tai… Show more

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“…Nas páginas dos jornais, as múltiplas vozes são absorvidas de maneiras distintas pelo discurso jornalístico. Este fenômeno é chamado de polifonia -quando mais de uma voz pode ser observada em um texto (MAINGUENEAU, 2002;MARCUZZO, 2008). Essas diferenças resultam de operações como a de seleção, denominação das fontes, modos de citação e presença de marcas de modalização, que revelam posições distintas do enunciador diante do discurso relatado.…”
Section: Introductionunclassified
“…Nas páginas dos jornais, as múltiplas vozes são absorvidas de maneiras distintas pelo discurso jornalístico. Este fenômeno é chamado de polifonia -quando mais de uma voz pode ser observada em um texto (MAINGUENEAU, 2002;MARCUZZO, 2008). Essas diferenças resultam de operações como a de seleção, denominação das fontes, modos de citação e presença de marcas de modalização, que revelam posições distintas do enunciador diante do discurso relatado.…”
Section: Introductionunclassified
“…O que o conceito de polifônia em Bakhtin quer dizer, de acordo com Marcuzzo (2008), é que dentro de um discurso há várias vozes atuando, seja do presente, através da comunicação que se quer estabelecer, seja do passado, através do arcabouço acerca de tudo que já se ouviu sobre aquele assunto, ou, seja do futuro, sendo este simbolizado no objetivo que se quer atingir através da enunciação. Todo discurso, e em nosso caso o discurso das ciências humanas, traz em si várias concepções de mundo entrelaçados nele, e mais do que isso, existe uma alteridade como voz pressuposta dentro desse discurso, seja o contrapondo, o apoiando, ou até mesmo servindo de eixo de discussão para a formulação desse discurso.…”
Section: Gege (2009) Nos Trazunclassified
“…O que nos possibilita assim, a vislumbrar a formulação e aplicação de um método dialógico fundamentado nas premissas de Mikhail Bakhtin para promover uma análise do trecho do livro "Os Miseráveis" a partir dos dois mencionados conceitos, um da psicanálise de Winnicott e outro da fenomenologia de Edith Stein. Embora tenhamos de deixar claro, que no pensamento de Bakhtin, apesar da polifônia ser uma característica importante encontrada no discurso das ciências humanas, ela não esta presente em todos os textos dessa modalidade científica como propriedade de todos os discursos, como é o caso da dialogia, pois, Marcuzzo (2008) alega: "O dialogismo é resultante de um embate de vozes, enquanto a polifônia é a menção a essas vozes em um texto.…”
Section: Gege (2009) Nos Trazunclassified
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“…conjunto de práticas sociais, nas quais os seus membros [falantes] também são formados culturalmente na/pela presença de outros discursos, modificados, atualizados, revitalizados, violados, adaptados, corrigidos, ampliados, subvertidos, conformando e remetendo-nos, portanto, a uma infinita espiral social, histórica e cultural calcada na linguagem64.O dialogismo se conecta também, e de maneira bastante estreita, a outra noção bakhtiniana, a já conhecida polifonia. Embora haja uma ligeira identificação entre dialogismo e polifoniahaja vista que os dois pressupostos se pautam em uma confluência de vozes e discursos que dialogam entre sicríticas comoMarcuzzo (2008) e Pires e Tamanini-Adames (2010) reforçam as diferenças existentes entre os dois. Se por um lado a heterogeneidade de discursos dentro de discursos é condição primária da linguagem, é na polifonia que essas refletem a voz do autor) e os discursos formados ao longo de um continuum social, histórico e cultural, o pensamento bakhtiniano nos permite imaginar a inexistência de um "texto zero", um "texto puro", em que não haja qualquer possibilidade de referência ou breves acenos a textos outros: todo discurso é vários, e todo texto é aberto a outros, uma lembrança, uma espiral, um eco, uma remissão; mas também um ponto de partida com vários de partida dentro, um fluxo, um trânsito de textos que circulam em vários sentidos, um intertexto infinito.Uma vez que "todas as palavras abrem-se assim às palavras do outro, o outro podendo corresponder ao conjunto da literatura existente: [e que] os textos literários abrem sem cessar o diálogo da literatura com sua própria historicidade" (SAMOYAULT, 2008, p. 21-22), a condição especial da multiplicidade de vozes que se reforçam, se firmam e se afirmam no romance nos abre a perspectiva de tomar o fenômeno polifônico como a chave para os Desse modo, os textosorais, escritos ou imagéticosassumem uma relação que se estende ad infinitum, na qual os produtos textuais convergem, nos seus mais variados graus possíveis, e se vertem em um outro, e nesse outro teremos uma ressonância de outros, conformando a tese barthesiana de que todo texto é um intertexto: O texto redistribui a língua (é o campo dessa distribuição).…”
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