ResumoOBJETIVO: Investigar alterações no consumo dietético, bem como a influência das características gerais, dos fatores sociodemográficos, clínicos e nutricionais, e do tratamento antineoplásico sobre as mudanças do consumo energético, em mulheres do sul do Brasil, antes e após a realização de terapia adjuvante para o câncer de mama. MÉTODOS: Ensaio clínico não randomizado, conduzido em hospital da rede pública de saúde, com 53 pacientes. Informações dietéticas foram coletadas com questionário de frequência alimentar. Para avaliar os fatores que influenciaram alterações longitudinais da ingestão energética, usou-se modelo de regressão linear de efeitos mistos. RESULTADOS: Houve aumento significativo no consumo diário de energia, de gorduras, cálcio, ferro, cobre, ácidos graxos poli-insaturados, ômega 6 e ômega 3, e uma diminuição significativa da vitamina B 2 . O modelo final de regressão mostrou aumento médio de 19,2 kcal/mês. As maiores associações com ingestão energética foram frutas e leguminosas, sendo que cada 100 g de consumo destas, resultou um acréscimo médio de 68,4 e 370,5 kcal, respectivamente. Mulheres com idade compreendida entre 51 e 60 anos consumiram 403,5 kcal menos do que aquelas com idade de 31 a 50 anos. CONCLUSÃO: Observou-se que houve aumento na ingestão energética durante o tratamento e que o aumento na ingestão de frutas e leguminosas foi associado com aumentos significativos na ingestão de energia.
Abstract
PURPOSE:To investigate changes in the dietary consumption as well as the influence of the general characteristics, of the sociodemographic, clinical and nutritional factors, and of the antineoplastic therapy on the changes in the energy intake of women from southern Brazil, before and after adjuvant therapy for breast cancer. METHODS: A nonrandomized clinical study was conducted on 53 patients at a hospital of the public health network. Dietary information was collected with a food frequency questionnaire. A mixed-effects linear regression model was used to evaluate the factors that influenced longitudinal alterations of energy intake. RESULTS: A significant increase was observed in daily energy intake of fats, calcium, iron, copper, polyunsaturated fatty acids, omega 6 and omega 3, and a significant decrease in vitamin B 2 intake. The final regression model for the change in energy intake showed an average increase of 19.2 kcal/month. Fruit and legume consumption showed the highest association with energy intake, with each 100 g consumed resulting in an average increase of 68.4 and 370.5 kcal, respectively. Women in the 51 to 60 year age range consumed 403.5 kcal less than those in the 31 to 50 year age range. CONCLUSION: There was an increase in energy intake during treatment and the increase in the ingestion of fruits and legumes was associated with significant increases in energy intake.