“…No entanto, os dados do eixo quantitativo revelam que a maioria dos usuários de PEPsexual eram brancos, com idade média de 31 anos e altamente escolarizados (51,2% tinham até o Ensino Superior completo).Como já mencionado, o não reconhecimento de risco e a baixa mobilização de pessoas heterossexuais frente à epidemia de HIV desde seu surgimento fez com que, até hoje, esses sujeitos não possuam redes de apoio e socialização onde as informações sobre novas tecnologias preventivas, como a PEPsexual, possam circular e alcançar notoriedade. Isto, em parte, pode explicar o baixo conhecimento prévio sobre a profilaxia quando comparado ao segmento dos homens homossexuais(WALTERS et al, 2017).Conforme destacamos, a partir dos dados do eixo quantitativo desta pesquisa, a grande maioria dos homens heterossexualmente ativos não tinha histórico de uso prévio de PEPsexual (81%) e, com base na literatura já apresentada, a baixa utilização do método neste segmento está associada ao não conhecimento da existência dele e é claramente influenciada pela desigualdade no acesso a informações sobre métodos preventivos, sobretudo os baseados emARVs como a PEPsexual e PrEP. Nos dados do eixo qualitativo, somente Evandro (41 anos, negro, de Porto Alegre) declarou uso anterior da profilaxia e, não por acaso, é o único com parceria sabidamente soropositiva para o HIV.…”