IntroduçãoComparar é sempre uma dificuldade quando pensamos na formatação do pensamento histórico ou estratégico. Sempre se abrem dificuldades teóricas sobre o que pode e o que não pode ser comparado, os elementos da comparação, etc. Não obstante, quando escolhidos com cuidado os termos de comparação, especialmente no tocante às balizas geográficas, temporais e analíticas, a comparação pode ser sugestiva para indicar padrões, diferenças e permitir extrapolações e análises mais densas.Penso que isso é especialmente verdadeiro a respeito da Estratégia Nacional de Defesa (END) brasileira. Desde a sua publicação, em 2008, ela recebeu críticas e análises por parte da Academia e da mídia brasileira e internacional, mas sempre de forma isolada, como se o Brasil fosse o único país a estar repensando sua estratégia nacional de defesa frente à necessidade de adaptação a um novo momento da História.Nesse contexto, os componentes do grupo Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) são especialmente viáveis como objetos de comparação, pois, apesar das diferenças gritantes entre os quatro Estados, é opinião geral que eles representam o grande foco das alterações geopolíticas mundiais no século 21. Justifica-se, pois, que eles sejam comparados e que a END brasileira seja avaliada e comparada com os outros três membros do bloco.Cabe aqui assinalar que a escolha dos elementos de comparação foi feita da maneira mais simples possível, ou seja, os países constituintes do grupo dos BRICs. A única exceção foi a África do Sul, cuja recente adição ao grupo tornou impraticável a sua incorporação no presente texto, cuja pesquisa e elaboração