Resumo O uso de medicamentos em adultos foi avaliado por alguns estudos de base populacional no Brasil, mas não há estimativa geral da prevalência desse consumo disponível. Nosso objetivo foi estimar a prevalência do uso de medicamentos avaliada em estudos transversais entre adultos brasileiros. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura por meio de busca no Medline, Embase, Scopus, Lilacs, SciELO, banco de teses da Capes até janeiro de 2017. Duas revisoras selecionaram as pesquisas, extraíram os dados e avaliaram a qualidade metodológica daquelas incluídas. As prevalências de consumo foram combinadas em meta-análises, a heterogeneidade foi medida pelo I2 e investigada por análises de subgrupo e metarregressão. A busca identificou 4.005 publicações, das quais 14 foram incluídas no estudo. A maioria dos estudos (12/14) mediu o consumo nos últimos 15 dias, encontrando prevalência de consumo de 49,1% (IC95%: 48,5-49,6%; I2 =100%). O período recordatório explica parte da heterogeneidade encontrada (R2= 23%; p = 0,048), mas a análise de subgrupos não possibilitou encontrar resultados mais homogêneos. O uso de medicamentos é realizado por quase metade dos adultos brasileiros. Ações adequadas de assistência e atenção farmacêutica são necessárias para assegurar o uso racional dessas tecnologias.