Ao estudar um tema, frequentemente nos deparamos com resultados contraditórios. Um caminho coerente para tentar esclarecer controvérsias é apoiar-se apenas nos estudos de melhor qualidade sobre o assunto. Partindo desse princípio, surgiu um novo delineamento de pesquisa: a revisão sistemática da literatura. Trata-se de um tipo de investigação focada em questão bem definida, que visa identificar, selecionar, avaliar e sintetizar as evidências relevantes disponíveis.A atividade de compilar dados científicos sobre um tema é praticada na área da saúde há muito tempo. Uma das primeiras revisões de que se tem registro data de 1753, e foi feita por Sir James Lind sobre a prevenção e o tratamento do escorbuto. 1 Por sua vez, a primeira soma estatística dos resultados de estudos, técnica hoje conhecida como metanálise, foi publicada em 1904 pelo matemático Karl Pearson. 2 As revisões que podemos considerar como sistemáticas começaram a aparecer na década de 1950. No entanto, o desenvolvimento metodológico dessas pesquisas na área da saúde só se consolidou ao fim da década de 1980. Foram marcos nesse processo a publicação do livro Effective care during pregnancy and childbirth e, na década seguinte, a criação da Colaboração Cochrane, em Oxford, Reino Unido. 3,4 As revisões sistemáticas devem ser abrangentes e não tendenciosas na sua preparação. Os critérios adotados são divulgados de modo que outros pesquisadores possam repetir o procedimento. Revisões sistemáticas de boa qualidade são consideradas o melhor nível de evidência para tomadas de decisão. Por seguir um método científico explícito e apresentar resultado novo, a revisão sistemática é classificada como contribuição original na maioria das revistas de pesquisa clínica. 5 As revisões sistemáticas diferem das revisões narrativas ou tradicionais. Essas são amplas e trazem informações gerais sobre o tema em questão, sendo comuns em livros-texto. Também se distinguem das revisões integrativas, nas quais se utilizam diferentes delineamentos na mesma investigação, além de expressarem a opinião do próprio autor. 6 Nesta série de artigos na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, apresentaremos os principais cuidados quanto à elaboração de revisões sistemáticas, fornecendo ao leitor fontes de informação adicionais para aprofundamento no assunto.
Objective To assess the culture of patient safety in studies that employed the hospital survey on patient safety culture (HSOPS) in hospitals around the world. Method We searched MEDLINE, EMBASE, SCOPUS, CINAHL, and SciELO. Two researchers selected studies and extracted the following data: year of publication, country, percentage of physicians and nurses, sample size, and results for the 12 HSOPS dimensions. For each dimension, a random effects meta-analysis with double-arcsine transformation was performed, as well as meta-regressions to investigate heterogeneity, and tests for publication bias. Results 59 studies with 755,415 practitioners surveyed were included in the review. 29 studies were conducted in the Asian continent and 11 in the United States. On average studies scored 9 out of 10 methodological quality score. Of the 12 HSOPS dimensions, six scored under 50% of positivity, with “nonpunitive response to errors” the lowest one. In the meta-regression, three dimensions were shown to be influenced by the proportion of physicians and five by the continent where survey was held. Conclusions The HSOPS is widely used in several countries to assess the culture of patient safety in hospital settings. The culture of culpability is the main weakness across studies. Encouraging event reporting and learning from errors should be priorities in hospitals worldwide.
Resumo Introdução A doença renal crônica é um problema global de saúde pública, e no Brasil sua prevalência é incerta. Objetivo Estimar a prevalência de doença renal crônica em adultos do Brasil. Método Realizou-se revisão sistemática com buscas no MEDLINE, Embase e outras bases. Dois pesquisadores selecionaram os estudos, extraíram os dados e avaliaram a qualidade. Resultados Incluímos 16 estudos: inquéritos populacionais que utilizaram critério autorreferido encontraram prevalência nacional de 4,57% (1998) a 1,43% (2013); naqueles que usaram hipercreatininemia, a prevalência foi 3,46% em Bambuí (1997) e 3,13% em Salvador (2000). Estudos com amostras não representativas usaram critérios clínico-laboratoriais e tiveram maiores prevalências: entre 6,26-7,26% em campanhas de saúde (2002-2010), 8,94% em servidores públicos (2008-2010), 9,62% em usuários de laboratório privado (2003), 27,20% em pacientes hospitalizados (2013) e 1,35-13,63% na atenção primária (2010-2012). Pacientes em terapia dialítica representam 0,05% da população. Discussão Os estudos com representatividade populacional não aferiram a doença adequadamente, e investigações com melhores critérios diagnósticos tiveram amostragem por conveniência. A heterogeneidade entre pesquisas inviabilizou a elaboração de meta-análise. Conclusão A prevalência de doença renal crônica variou de acordo com o método empregado na definição da doença. Pelos critérios populacionais, 3-6 milhões teriam a doença. Aproximadamente 100.000 recebem diálise no Brasil.
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