“…Portanto, as distintas áreas do território nacional possuem diversidade de características ambientais, administrativas e sociais que podem influenciar na disseminação do vírus. Assim, existem locais que possuem acesso precário aos serviços de saúde, à água tratada e ao esgotamento sanitário o que favorece distribuição da COVID-19 de maneira desigual, tais fatores podem estar relacionados a formação de clusters de alto risco no cenário sob investigação.Os clusters de alto risco no período da segunda onda concentraram-se principalmente em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), tais como São Luís Gonzaga do Maranhão, Esperantinópolis, Lago da Pedra, Lago do Junco, Lima Campos, Poção de Pedras, Bela Vista do Maranhão, Parnarama, Buriti Bravo, Passagem Franca, Freira Nova do Maranhão, Nova Colinas, Riachão e Tasso Fragoso, vivenciam situações de vulnerabilidade social, com taxas significativas de pessoas de 18 a 20 anos sem ensino médio completo e desigualdade de rendas e habitação (ATLAS, 2023).A identificação de clusters de alto risco nesses municípios pode estar relacionado a condições diversas, tais como as diferenças entre notificações de casos, no acesso ao sistema de saúde pública, além de características socioambientais e do nível de instrução educacional vivenciada nessas localidades o que corroboram com estudos nacionais e internacionais (SANTANA; COSTA;MATTOS, 2022;SMOLSKI;BATTISTI;ROTTA, 2022;HALPERN;RANZANI, 2022;SIQUEIRA et al, 2022). Essa é uma realidade também presente no território internacional à exemplo de estudo realizado na Índia que evidenciou que grupos em situações socioeconômicas desfavoráveis aumentam o risco de propagação da pandemia (GANGWAR; RAY, 2021).Ressalta-se que o estado do Maranhão apresenta elevada desigualdade de renda, baixo IDH e um dos maiores percentuais de população abaixo da linha da pobreza e vivendo em pobreza extrema e apresenta 10% de adensamento excessivo.…”