RESUMOO estudo da competitividade tem sido o centro da atenção de muitos investigadores do turismo, nas últimas décadas. No entanto, ainda são deficitários os estudos centrados na validação empírica de modelos de competitividade no mundo no geral, e em Cabo Verde, em particular. Nesse sentido a presente investigação tem como objetivo analisar, quais os determinantes de vantagem competitiva dos clusters turísticos formados por quatro ilhas situadas neste país. Para tal, foi adotada uma metodologia que exigiu a utilização de um questionário semi-estruturado, com base no modelo do Diamante da Competitividade de Porter e o tratamento dos dados foi operacionalizado por meio do teste Mann Whitney. Os resultados decorrentes da aplicação do Modelo indicam o desempenho competitivo turístico dos destinos turísticos em estudo, permitindo concluir implicações teóricas e empíricas, bem como as decorrentes implicações ao nível da sua gestão.Palavras-Chave: Turismo, Competitividade, Diamante de Porter, Cabo Verde.
1INTRODUÇÃODurante as últimas duas décadas, as economias em todo o mundo sofreram extensas transformações sociais e econômicas. Uma das mais significativas e visíveis alterações é o aumento da taxa de gastos com serviços turísticos resultante da globalização dos destinos, da diversificação cada vez maior da procura e da diferenciação do produto. Muitas regiões atualmente colocam o turismo como uma parte importante e integrante das suas estratégias de desenvolvimento econômico (SINCLAIR, 1998;JACKSON et al., 2005).O turismo tem sido considerado como um dos setores mais importantes em todo o mundo, havendo na literatura um grande consenso quanto ao papel chave que desempenha no desenvolvimento e na competitividade de muitas regiões (ALBERTI & GIUSTI, 2012). Muitos autores reforçam essa ideia, chamando a atenção para as implicações de longo alcance, que o turismo possui como um meio que auxilia o processo de desenvolvimento nacional/regional (KADT, 1991; SHARPLEY, 2002;JACKSON et al., 2005;KIM et al., 2006;FERREIRA, ESTEVÃO, 2009).Além disso, as regiões a fim de competirem com maior eficácia têm vindo a organizarse no que vem a ser designado como cluster, ou seja concentrações geográficas de empresas interconectadas e instituições em torno de um segmento ou setor de atividade, cujas interrelações reforçam a vantagem competitiva (PORTER, 1998). Objetivamente, Porter (2002) afirma que os clusters são sinônimos de competitividade dado que contribuem de forma positiva para processos inovadores, ao facilitarem as relações com outras instituições, ao permitirem conhecer melhor as necessidades dos consumidores e ao concentrarem conhecimento e informação necessários ao desenvolvimento tecnológico. Neste contexto, torna-se necessário reconhecer que determinantes influenciam a competitividade e que modelo poderá servir esse propósito. O Modelo do Diamante de Porter é considerado um bom paradigma de partida para a análise dos determinantes da competitividade global (MOON et al., 1998), contudo é ainda incipiente o número de estudo...