Vivemos no Brasil pouco mais de um século de uma deficiente República, a qual foi marcada por dois longos processos ditatoriais que contribuíram para a conformação das características da posição de repressão estatal diante da ação dos movimentos sociais. Nesse bojo, o presente artigo analisa como 2013 pode ser compreendido enquanto um marco na história nacional, como um momento de inflexão pós-redemocratização na qual cresceu a desvinculação entre os detentores do poder e os cidadãos, apresentando-se como um de seus aspectos o deslizamento da ação política para a arena penal. Em associação com o tratamento dos ativistas como caso de polícia, desde então pode-se identificar avanços na institucionalidade nacional no sentido da tipificação penal dos repertórios de confrontação dos movimentos sociais. Além da revisão da literatura do campo, este artigo parte da análise documental legislativa, bem como da cobertura midiática como fonte para demarcação dos principais acontecimentos do período. Como aporte teórico será utilizada a Teoria do Confronto Político, a partir da qual pretende-se enxergar o momento político iniciado em 2013 na qualidade de um processo, com o olhar voltado para a relação entre os movimentos sociais e os agentes estatais para uma leitura do complexo cenário atual.