“…Mesmo que não haja muitos estudos que analisem o acesso aos serviços de saúde no rural (TOVAR-CUEVAS; ARRIVILLAGA-QUINTERO, 2014), verifica-se que ainda persistem vazios assistenciais e, também, grandes distâncias a serem percorridas pelas equipes e usuários na busca pela oferta e acesso aos serviços de saúde (OLIVEIRA et al, 2015;GALVÃO et al, 2015;UCHOA et al, 2011;PERETTO et al, 2011). No rural brasileiro, o modelo campanhista de atendimento em saúde ainda perdura; as equipes de saúde deslocam-se do urbano para o rural de acordo com agendas pré-estabelecidas e com periodicidade que pode variar de uma a duas vezes por mês, no formato de equipes móveis (BURILLE; GERHARDT, 2014). Em estudo na Metade Sul do Rio Grande do Sul, foi verificado que a lógica de atendimento de determinados agravos, como a violência, segue um "roteiro de atendimento" segundo o qual o adoecimento precisa ter hora ou momento certo para acometer esta população, ou seja, é preciso ter "sorte" em ser atendido (COSTA, 2012, p.195).…”