IntroduçãoO uso e o abuso do álcool durante a gravidez devem ser motivo de grande preocupação e acurada investigação por parte dos profissionais de saúde que assistem as mulheres no pré-natal. O abuso do álcool está associado, de maneira dose-dependente, a restrição do crescimento fetal, às deficiências cognitivas, ao aumento da morbimortalidade e a outros distúrbios mais leves chamados de efeitos do álcool sobre o feto, uma forma incompleta da síndrome alcoólica fetal 1,2 . Todo o álcool ingerido atravessa a barreira placentária e o feto fica exposto à mesma concentração que a mãe. No entanto, a exposição é maior para o concepto porque o metabolismo e a eliminação são mais lentos; o líquido amniótico fica impregnado de álcool não-modificado e de acetaldeído, pois não possui a quantidade necessária de enzimas para sua biodegradação 3,4 . Os danos fetais são diferentes, conforme o período gestacional: no primeiro trimestre da gestação, o risco é de anomalias físicas e dismorfismo; no segundo, há risco de abortamento e, no terceiro, pode ocorrer diminuição do crescimento fetal, em especial o perímetro cefálico e o cérebro 5,6 . Em 1988, o Congresso Norte-americano aprovou a lei que obriga a colocação de aviso no rótulo de bebidas alcoólicas com a mensagem "mulheres grávidas não devem consumir álcool". Apesar desta advertência, estudos têm revelado que não houve decréscimo dos casos de síndrome alcoólica fetal e as multíparas ignoram o aviso dos rótulos e continuam bebendo bastante 7,8 . A prevenção dos riscos relacionados ao uso