Dom Quixote reencontra Sancho Pança: relações internacionais e direito internacional antes, durante e depois da Guerra Fria

Abstract

Este artigo aborda a relação histórica entre as disciplinas acadêmicas de Relações Internacionais e do Direito Internacional a fim de proporcionar compreensão mais acurada acerca do atual debate interdisciplinar. Dessa forma, concepções convencionais sobre as principais teorias de Relações Internacionais - realismo e liberalismo - são discutidas, sendo estas teorias apresentadas sob novo enfoque. O liberalismo é concebido no contexto da convergência observada entre os estudiosos da política internacional e os juristas internacionais até o desenvolvimento de uma visão cética no campo do Direito Internacional, que é responsável pela criação do realismo em Relações Internacionais. O debate interdisciplinar pós-Guerra Fria é abordado por meio de três teorias distintas: institucionalismo, liberalismo e construtivismo. Argumenta-se que o construtivismo oferece maiores oportunidades para cooperação mais profunda entre estudiosos da política internacional e juristas internacionais. Isso se deve às conexões entre o construtivismo e a teoria crítica, o que permite unir construtivistas e teóricos legais críticos em uma Agenda Crítica para Relações Internacionais e Direito Internacional neste começo do século XXI.

The Historiography of International Relations: Martin Wight in Fresh Conversation with Duroselle and Morgenthau

“…However, the three share the understanding that history reveals some repetitions, and the constancy of some rational political choices. Hence, for Morgenthau, history is a 'teacher' which provides lessons about international politics (Souza 2006). While Morgenthau sees history as a tool to be used by states in formulating their external policies, Duroselle conceives it at a structural level, while Wight shares Morgenthau's understandings of historical contingencies and how they affect state motivations and international structure (Buzan 2014).…”

“…Hans Morgenthau, another great exponent of the historiography of IR, was born in the German city of Coburg in 1904. In the 1920s, he graduated in Law and Diplomacy from the universities of Frankfurt and Munich, and in 1929 obtained a doctorate in law from the University of Frankfurt (Griffiths 2001;Souza 2006). In the early 1930s, Morgenthau taught law at the University of Geneva, and in 1935 he worked at the Institute for International and Economic Studies in Madrid.…”