Dores osteomusculares e o estresse percebido por docentes durante a pandemia da COVID-19

Abstract

Objetivo: Analisar a presença de dores osteomusculares e de estresse percebido em docentes universitários em tempos de pandemia da COVID-19. Métodos: Estudo transversal de análise quantitativa realizado com o corpo docente de uma instituição de ensino superior entre os meses de outubro de dezembro de 2020. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário sociodemográfico e profissional, do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) e da Escala de Percepção de Estresse-10 (PSS-10). Resultados: A maioria dos 51 participantes eram mulheres (64,7%); com idade entre 31 e 49 anos (59,6%); casados (66,7%) e com filhos (58,8%). Possuíam especialização e mestrado (41,2%); dois empregos (62,7%); carga horária total de mais 40 horas semanais (41,2%); com renda mensal entre quatro e seis salários mínimos (35,3%); e com tempo de trabalho na instituição de até cinco anos (58,8%). A principal queixa osteomuscular dos docentes foi na região das costas, inclusive gatilho para a procura por atendimentos de saúde. Apenas os problemas relacionados aos cotovelos não os impediram de realizar suas atividades normais no último ano. Conclusão: O período de atividade remota aponta uma percepção de estresse acima da média em 45,1%os participantes, estando diretamente relacionada à existência de distúrbios osteomusculares no pescoço e ombros nos últimos 12 meses.

Ser professora na pandemia da COVID-19: uma revisão sistemática da literatura

“…Outras pesquisas abordaram estratégias criativas usadas em grupos de extensão, estudo e pesquisa, no intuito de preservar o ritmo de produção acadêmica e dinamismo; lições adquiridas pelos docentes no ensino remoto; mulher docente, feminismo e desigualdade de gênero; recursos tecnológicos como mediadores e meio na efetivação no processo de ensino e aprendizagem etc. (Auad, 2021;Bezerra, 2021;Brito et al, 2021;Carvalho & Souza, 2021;Mattos et al, 2021;Nhampoca, 2021;Souza & Machado, 2021).…”

“…Tais condições geraram estresse e ansiedade nos docentes (Bezerra, 2021;Brito et al, 2021;Mattos et al, 2021).…”

“…No cumprimento de suas atribuições laborais dentro de suas casas, alguns elementos passaram a ser pauta de análise devido ao tempo dedicado ao trabalho, improviso e atravessamento na saúde do trabalhador, na disposição física e no seu desempenho e produtividade. Entre eles, a ergonomia e inadequação da infraestrutura montada em casa, que revelou condições laborais precarizadas, as quais se intensificaram pela sobrecarga do encontro de demandas de trabalho e domésticas no mesmo ambiente, jornadas extensas, mudanças e adaptações constantes nos processos de trabalho, ausência de descanso e lazer, atrelados aos sofrimentos físicos e mentais (Mattos et al, 2021;.…”

“…Alguns estudos apontaram a presença de ansiedade e estresse nos docentes pela necessidade imposta de constante adaptação às práticas pedagógicas no trabalho remoto, assim como a demanda de se apropriarem sem treinamento prévio dos recursos tecnológicos e plataformas de ensino, enquanto eles ensinavam, compreendiam os mecanismos de funcionamento (Mattos et al, 2021).…”

“…Neste contexto de vários estressores, em estudo de Mattos et al (2021), a percepção de estresse dos docentes, participantes da pesquisa, encontrava-se acima da média em 45,1%, associada à presença de distúrbios osteomusculares no pescoço e ombros. Embora os professores apresentaram tais demandas, quando se tratava de queixas relacionadas aos cotovelos, as atividades deles prosseguiram sem interrupção.…”