“…Os críticos que analisamos destacaram positivamente a utilização desses instrumentos, ainda que, em sua maioria, não delineassem as principais marcas do gênero; Rodrigo Carreiro, por exemplo, afirma que "Almodóvar faz um melodrama de altíssima qualidade" (2005); Berardinelli avalia que o diretor produziu "um melodrama primorosamente construído"(1999).Um dos críticos que se aprofundou nas discussões sobre o gênero, construindo um contexto histórico do melodrama, foi PauloCamargo (2013), da Gazeta do Povo: o melodrama, por muito tempo, sempre foi menosprezado como um gênero popular demais, destinado ao público feminino que frequentava os cinemas à tarde, enquanto os maridos trabalhavam, para fugir da realidade, sonhar (e chorar) um pouco. Histórias dramáticas, caudalosas, marcadas por reviravoltas por vezes inverossímeis, sempre sob o compasso de trilhas sonoras feitas para emocionar (o tal melos, de melodrama), essas histórias não eram levadas a sério, salvo por suas fiéis espectadoras.[...]…”