OBJETIVO: Investigar as queixas das funções orais em presença dos sintomas de ardência e secura bucal e analisar as alterações da fala em seu aspecto articulatório. MÉTODOS: Foram avaliados 66 indivíduos com idade entre 30 e 78 anos, divididos em três grupos: grupo ardência bucal, grupo xerostomia e grupo sem sintomas bucais. Foram realizadas entrevistas, exame clínico da cavidade oral e gravação da fala, com utilização de fichário evocativo. RESULTADOS: A característica comum nos dois primeiros grupos foi a presença do sintoma de secura bucal. Na localização dos sintomas, o grupo xerostomia apresentou maior quantidade de estruturas afetadas pelo sintoma. As queixas mais referidas por esse grupo foram cansaço e força na fala e força e engasgos à deglutição. A queixa de força foi significativa, na comparação com grupo de ardência bucal, com aumento do sintoma provocado pela função de fala. Dos sujeitos que se queixaram de boca seca, como sintoma principal, ou associado, a maioria apresentou ruídos durante a fala. O grupo xerostomia apresentou maior ocorrência desse ruído. Não foram evidenciadas alterações fonéticas nos grupos de sintomas bucais. CONCLUSÃO: Das queixas envolvendo as funções orais, falar e deglutir com força foram as mais referidas pelos indivíduos do grupo xerostomia. Observou-se a presença de estalidos na fala da maioria dos sujeitos com o sintoma de secura bucal. Apesar das sintomatologias apresentadas e do número de estruturas orais afetadas, não houve evidência de alteração fonética nos indivíduos com sintomas bucais.