Introdução: Após mais de 30 anos da epidemia e apesar de grandes conquistas, o impacto da infecção HIV/Aids representa ainda grande problema em todo o mundo, permanecendo como um desafio a ser vencido. Método: Trata-se estudo de coorte que avalia a efetividade da terapia antirretroviral (TARV) no primeiro ano de sua introdução. Analisou-se apenas efetividade através da quantificação da carga viral (CV) 48 semanas após o início. Trocas relacionadas à intolerância e evento adverso não foram consideradas falha terapêutica. O estudo foi conduzido no Serviço de Referência em Doenças Infecto-parasitárias (CTR/DIP) Orestes Diniz, em Belo Horizonte, MG, entre outubro de 2010 e janeiro de 2013. Foram incluídos 182 pacientes que preencheram os critérios inclusão. Resultados: Houve predomínio do sexo masculino, maioria abaixo 50 anos. Encontrou-se elevada prevalência de grupos de maior vulnerabilidade para exposição ao HIV, como homens que fazem sexo com homens, que representavam 43,4% da amostra do estudo. A efetividade geral, avaliada através da proporção de CV < limite de detecção, foi 91% (166/182). Análises univariada e multivariada não encontraram associação entre variáveis estudadas e a efetividade do tratamento. Conclusão: Observou-se alta taxa sucesso terapêutico avaliado através da CV, entretanto o grande desafio é a manutenção dos indivíduos no cuidado e adesão ao tratamento. Destaca-se também menor percentual de início tardio da TARV em relação outros estudos brasileiros, entretanto, ainda elevado em relação aos países desenvolvidos. Apesar disso, as respostas imunovirológicas foram superiores às descritas pelo Ministério da Saúde e alguns estudos de eficácia.