OBJETIVO:avaliar a acessibilidade ao fonoaudiólogo em serviço de média complexidade do Recife.MÉTODOS:estudo avaliativo com triangulação de fontes de informação, realizado de fevereiro a outubro/2011. Participaram 38 menores de dez anos de idade, o fonoaudiólogo e dois funcionários do Serviço de Arquivo Médico (SAME). Utilizaram-se três questionários (acompanhantes das crianças, profissional e funcionários) elaborados com base no referencial de Donabedian. As crianças foram comparadas segundo cadastramento em Unidade de Saúde da Família, usando qui-quadrado e teste exato de Fisher.RESULTADOS:o profissional atendia três vezes por semana, durante um turno. O SAME entre janeiro e outubro/2011 ofereceu 17 vagas à população do distrito, ocorrendo sistemático rechaço de demanda, conforme profissional e funcionários. Das crianças, 73,7% eram meninos, 73,7% com 5-9 anos, sendo 94,7% diagnosticadas na policlínica. Para primeira consulta, 89,5% vieram encaminhadas por médico; 76,3% com agendamento no SAME, 63,9% chegaram de madrugada para aprazar (mediana do tempo de espera foi de 4h30min); 83,3% marcaram na primeira tentativa, 22,2% encontraram dificuldade e 76,3% esperaram até 15 dias pelo atendimento. Observou-se tendência de maior dificuldade na marcação das cadastradas (p=0,069), provocando mais insatisfação. O fonoaudiólogo aprazava retorno. Para 68,4% acessibilidade geográfica foi satisfatória, existindo maior insatisfação quando cadastradas.CONCLUSÕES:apesar das limitações na oferta de consulta, agendamento e coordenação das ações, a maioria das crianças não encontrou dificuldade para ser atendida por fonoaudiólogo. A disparidade entre condições organizacionais e ausência de maiores obstáculos à entrada sugere que este comportamento não representa o padrão da acessibilidade organizacional no serviço avaliado.