Artigos originAisBenefícios dos grupos no manejo da hipertensão arterial sistêmica: percepções de pacientes e médicos Benefits of groups in managing systemic arterial hypertension: perceptions of patients and physicians
ResumoObjetivo: investigar a natureza dos benefícios da utilização de grupos nos serviços de atenção primária à saúde no manejo da hipertensão arterial, sob a ótica de pacientes e médicos participantes. Métodos: estudo qualitativo descritivo por meio de entrevistas semiestruturadas com pacientes e médicos participantes de grupos distintos consolidados, selecionados intencionalmente, incluídos em pares médico-paciente, até ser percebida saturação nos dados. As entrevistas foram submetidas à análise temática. Resultados e discussão: a análise das entrevistas indicou benefícios em quatro campos: educação em saúde, adesão, apoio psicossocial e melhora na qualidade de vida. Efeitos promotores de saúde foram percebidos pelos participantes, embora restritos ao nível individual e comunitário. Os grupos atenuam a "inadequação comportamental" da estratégia preventiva de alto risco, segundo Geoffrey Rose, base do manejo atual da hipertensão. Também melhoram e facilitam a função educativa dos profissionais de saúde, auxiliando na adesão e incrementando significativamente o apoio social dos pacientes. Conclusões: a utilização dos grupos de hipertensos pode melhorar o manejo da hipertensão e promover a saúde dos envolvidos e, se conduzidos de forma dialogal e participativa, seus benefícios podem ser amplificados.
AbstractObjective: To investigate the nature of the benefits of using groups within primary care services to manage hypertension, from the point of view of both patients and physicians. Methods: A qualitative descriptive study using semi-structured interviews with patients and doctors attending distinct consolidated groups, which have been purposely selected and carried out in physician-patient pairs until reaching data saturation. The interviews were subjected to thematic analysis. Results and discussion: The analysis of the interviews showed benefits in four fields: health education, compliance, psychosocial support, and quality of life improvement. Health promoting effects were perceived by participants, although restricted to individual and community levels. Participation in groups attenuates the "behavioral inadequacy" of high-risk preventive strategy, according to Geoffrey Rose, based on current management of hypertension. It also improves and facilitates health professionals' educational role, improving compliance and significantly increasing social support for patients. Conclusions: The use of groups for hypertensive patients can improve hypertension management and promote the health of those involved. These benefits can be amplified if management is conducted in a dialogical and participatory way.