RESUMO Objetivo: investigar a presença de déficits de habilidades metassintáticas em escolares com dificuldades de aprendizagem e analisar possíveis correlações entre essas habilidades e as de leitura e a compreensão oral. Métodos: foram avaliadas 29 crianças, indicadas por seus professores, por não apresentarem queixas relacionadas à aprendizagem escolar - Grupo I (GI) e com queixas de comunicação, oral e/ou mediada pela escrita, que constituiram o Grupo II (GII). As idades das crianças variaram entre 9 anos e 11 anos e 7 meses, de 4º e 5º ano do Ensino Fundamental. As crianças foram avaliadas por meio de testes de compreensão oral, consciência sintática e morfossintática, taxa e acurácia de leitura e compreensão leitora. Para a análise estatística foram utilizados: teste não paramétrico de Mann-Whitney, para caracterização da amostra e comparação dos grupos com e sem queixa escolar quanto às variáveis, e Coeficiente de correlação de Spearman, usado para medir o grau de associação entre as variáveis em cada grupo. Resultados: observaram-se diferenças significantes entre os grupos, nas tarefas de compreensão oral, consciência sintática e morfossintática, de maneira geral, taxa e acurácia de leitura e na prova de compreensão leitora, com melhor desempenho do do GI em todas as tarefas. Conclusão: com estes resultados, enfatiza-se a relevância da estimulação de habilidades metassintáticas para o desenvolvimento da leitura e a inclusão de provas metassintáticas na avaliação da leitura, tanto quanto a utilização de atividades metassitáticas como recurso terapêutico.