O câncer de mama é o tumor mais incidente entre mulheres. A introdução da quimioterapia antineoplásica sistêmica adjuvante trouxe como benefícios a redução do risco de recorrência e mortalidade por câncer de mama. Porém, intrínseca a toda quimioterapia observa-se a ocorrência de reações adversas, entre elas a neutropenia induzida por quimioterapia, uma reação incidente claramente relacionada a eventos de neutropenia febril. Tais eventos podem gerar impacto significativo nos custos hospitalares e comprometer o objetivo do tratamento quimioterápico adjuvante. Em estudo transversal, descritivo, quantitativo e retrospectivo, 289 pacientes do sexo feminino com câncer de mama e em tratamento quimioterápico sistêmico adjuvante com o protocolo AC-T, foram avaliadas de modo a descrever a incidência de neutropenia e identificar os manejos realizados para manutenção da utilização do tratamento. A incidência bruta de neutropenia foi de 52,2% durante a aplicação de AC (doxorrubicina e ciclofosfamida), de 26,9% durante a aplicação de T (docetaxel) nos pacientes que não fizeram profilaxia primária (PP), e de 15,1% durante a aplicação de T nos pacientes que fizeram PP. Entre os manejos identificados, uso de antibioticoterapia (25,4%), uso de fatores estimuladores de colônia de granulócitos (23%) e adiamento de ciclo (20,3%) foram os mais observados. A ocorrência de eventos de neutropenia ao longo do tratamento quimioterápico para câncer de mama é iminente. Todavia, pode levar a alterações no regime que podem comprometer o tratamento. Neste estudo, a ocorrência de neutropenia, aponta para a necessidade de definir protocolos de utilização de PP e manejo da reação adversa.