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CARVALHO (2), Jayme NEVES (3) e Cristiano Lara MASSARA (2) RESUMO Com o objetivo de testar a viabilidade do ciclo biológico, 15 pacientes (masculinos, de quatro a 14 anos) com Ascaris lumbricoides, foram selecionados ao acaso. Após tratamento clássico com sais básicos de levamisole (7 pacientes) e de pamoato de pirantel (8), os ovos retirados das fêmeas expelidas ficaram incubados por 18 dias em de H 2 SO 4 N/10. A seguir foram administrados per os a grupos de 5 camundongos por pacientes. Decorridos 8 dias da infecção, os animais foram sacrificados para pesquisas microscópica de larvas nos fragmentos pulmonares. Dos 75 animais, somente 1, pertencente ao grupo de tratados com levamisole, não apresentou larvas nos fragmentos pulmonares. Concluiu-se que as drogas, nas doses utilizadas, não possuem ação deletéria sobre os ovos de A. lumbricoides, mas promovem a eliminação de material infectivo, com possibilidade de incrementar a poluição onde vivem comunidades sem adequadas condições de saneamento básico. INTRODUÇÃOHá mais de meio século, tem-se tentado erradicar as helmintíases intestinais. Os planos de trabalho sempre se voltaram para as populações residentes nas áreas de maior probreza do planeta. O meio utilizado, em geral, foi uma droga "parasiticida", com a qual se esperava queda significativa nos índices de prevalência. Nas regiões subdesenvolvidas, características dos países do terceiro mundo, a alta prevalên-cia de parasitoses intestinais mantém íntima correlação com o elevado grau de desnutrição humana. Alguns Autores 8 ' 9 , além de mostrarem a quase exata superposição geográfica destas regiões, destacam que parasitismo e desnutrição constituem sólidos fatores sintrópicos de miséria humana.Desativar este sinergismo é, sem dúvida, uma forma de diminuir as graves conseqüên-cias sociais e econômicas dele decorrentes. Justifica-se, assim, o empenho com que se buscou durante todo este século diminuir a prevalên-cia mundial das verminoses. Para STOLL1U2, e MALDONADO 6 , entre outros, a estratégia de luta é que foi mal escolhida. Ao se tentar cindir o elo parasitismo-má nutrição, combatendo de forma isolada o agente etiológico, os responsáveis por este planejamento obtiveram êxito apenas discreto. As tentativas de erradicação das helmintíases constituíram uma larga e de morada frente de trabalho. O erro básico si tua-se na estratégia utilizada de forma isolada:
CARVALHO (2), Jayme NEVES (3) e Cristiano Lara MASSARA (2) RESUMO Com o objetivo de testar a viabilidade do ciclo biológico, 15 pacientes (masculinos, de quatro a 14 anos) com Ascaris lumbricoides, foram selecionados ao acaso. Após tratamento clássico com sais básicos de levamisole (7 pacientes) e de pamoato de pirantel (8), os ovos retirados das fêmeas expelidas ficaram incubados por 18 dias em de H 2 SO 4 N/10. A seguir foram administrados per os a grupos de 5 camundongos por pacientes. Decorridos 8 dias da infecção, os animais foram sacrificados para pesquisas microscópica de larvas nos fragmentos pulmonares. Dos 75 animais, somente 1, pertencente ao grupo de tratados com levamisole, não apresentou larvas nos fragmentos pulmonares. Concluiu-se que as drogas, nas doses utilizadas, não possuem ação deletéria sobre os ovos de A. lumbricoides, mas promovem a eliminação de material infectivo, com possibilidade de incrementar a poluição onde vivem comunidades sem adequadas condições de saneamento básico. INTRODUÇÃOHá mais de meio século, tem-se tentado erradicar as helmintíases intestinais. Os planos de trabalho sempre se voltaram para as populações residentes nas áreas de maior probreza do planeta. O meio utilizado, em geral, foi uma droga "parasiticida", com a qual se esperava queda significativa nos índices de prevalência. Nas regiões subdesenvolvidas, características dos países do terceiro mundo, a alta prevalên-cia de parasitoses intestinais mantém íntima correlação com o elevado grau de desnutrição humana. Alguns Autores 8 ' 9 , além de mostrarem a quase exata superposição geográfica destas regiões, destacam que parasitismo e desnutrição constituem sólidos fatores sintrópicos de miséria humana.Desativar este sinergismo é, sem dúvida, uma forma de diminuir as graves conseqüên-cias sociais e econômicas dele decorrentes. Justifica-se, assim, o empenho com que se buscou durante todo este século diminuir a prevalên-cia mundial das verminoses. Para STOLL1U2, e MALDONADO 6 , entre outros, a estratégia de luta é que foi mal escolhida. Ao se tentar cindir o elo parasitismo-má nutrição, combatendo de forma isolada o agente etiológico, os responsáveis por este planejamento obtiveram êxito apenas discreto. As tentativas de erradicação das helmintíases constituíram uma larga e de morada frente de trabalho. O erro básico si tua-se na estratégia utilizada de forma isolada:
Claude B e m a rd realizou im portante co n trib u içã o à E co lo g ia M édica quando p ro p ô s o co n ce ito de " m eio in te rio r". A lé m de p erm itir a com preensão d o s p ro ce sso s fisio lógicos fundam entais, con stitu iu o p o n to de partida para o estudo da IN T R O D U Ç Ã O "U n même m o t n 'e s t p a s un m t m e co n ce pt". ICanguilhem 4)A s retrospectivas históricas correm o risco de atribuir a origem de certas idéias a "precurso res" que nunca as tiveram. Assim, os filósofos da Grécia clássica não foram evolucionistas, no sentido moderno do termo e nem nos átomos de Demócrito nem na alquimia medieval encon tram-se os fundamentos da física atômica. Para Empédocles, a evolução seria uma idéia metafí sica e não implicava em sucessão filoganética; para Claude Bemard, o termo significava ontogênese e, para Darwin, era o resultado da seleção natural agindo sobre variações indivi duais, cuja origem ele desconhecia. Isolados do contexto da obra original e do ambiente cultu ral da época, palavras e frases soltas podem, facilmente, assumir intenção e significado dis tintos dos adotados pelo autor. Disse Richelieu, "deem-me seis linhas escritas pelo mais honrado dos homens e eu acharei nelas motivo para fazê-lo enforcar".Por outro lado, muitos cientistas contribuí ram, decisivamente, para a comprovação de teorias das quais discordaram, ao reunirem dados que, posteriormente, analisados e inter pretados corretamente, vieram servir de suporte à hipótese repudiada. Foi o que aconteceu com a teoria da evolução, a qual muito deveu a contribuições de fixistas, como as de Lineu, no campo da taxonomia, de Cuvier, D'O rbigny e Broijpart, na paleontologia e anatomia compa rada, e da V on Baer e Agassiz, na embriologia.A contribuição de Claude Bemard à ecologia médica conta-se entre as involuntárias, o que não lhe diminui a importância. N3o foi contrá rio à idéia: apenas, não lhe dispensou atenção.O conceito de m eio inte rior conquistou-lhe um lugar de destaque na história da ecologia, o que ainda não é geralmente reconhecido. Â sua .maneira, descreveu o que hoje denominamos de "fatores físicos e químicos (abióticos) do meio endógeno". Nos microhabitates desse ambiente, os microorganismos identificados por Pasteur e Koch complementam o ecossistem a endógeno.A o equilíbrio dinâmico descrito por Claude Bemard, Canon, em 1929, deu o nome de Hom eostase.Em 1866, Haeckel7 propôs o nome de E co lo gia para designar o estudo do que se chamava, então, "economia da natureza", isto é, estudo das relações dos organismos com o meio ambiente. Em 1877, Mobius9 criou o termo B io ce n o se e, ainda que pairem dúvidas a respeito da natureza e significado reais de suas * P rofe ssor A d ju n to , M useu N acion al, U nive rsid ad e Federal d o R io de Jan e iro e P rofessor, Departam ento de Z o o lo g ia , U nive rsid ad e E stad u al de Cam pinas. Rece b ido para p u b lic a ç fo em 15-5 -7 6
O homem ocupa, indiscutivelmente, um lugar de destaque na natureza. A possibilidade de investigar, racionalizar, abstrair, construir modelos teóricos e de registrar e transferir a outras gerações a experiência individual e social acumulada constitui um mecanismo exclusivo de herança não-genética, o qual lhe permitiu elevar-se muito acima das demais espécies com que convive na biosfera.Não está, contudo, longe de seus antepassados, o que revela na sua constituição biológica e demonstra no instinto primitivo de agressão, o qual, segundo alguns etologistas, constituiu o fator primordial de sua evolução, durante a fase de diferenciação incipiente. Sua atitude frente aos fenômenos naturais, como a doença, é de violência cega e irracional: "luta" contra a peste, "combate" a tuberculose e "move guerra" aos patógenos e seus vetores.Racionalmente, o homem compreende que é um elemento integrante do grande ciclo biogeoquímico da biosfera, mas, em geral, age como se fora o centro do universo.Do ponto de vista ecológico, o domínio da terra pelo homem constituiu um problema para as demais espécies. Nos últimos cem anos ele adquiriu o poder de influir, decisivamente, na constituição e equilíbrio dos ecossistemas, de alterar os padrões de distribuição biogeográfica de macro e microorganismos, e de alterar o ritmo dos processos de evolução da crosta terrestre e da biosfera. Erosão, poluição e extinção de espécies de plantas e animais constituem fenômenos naturais. Mas sua desorganização e aceleração, como subproduto das atividades humanas e, em especial, do ritmo do progresso tecnológico acelerado, comprometem a estabilidade do sistema ecológico de maneira irreversí-vel.A colonização tem-se revelado um processo desordenado de desagregação de ecossistemas nativos e de imposição de modelos que não levam em conta peculiaridades regionais e vocações ecológicas. As alterações que o homem introduz nessas áreas abrem caminho à adaptação de espécies silvestres às condições domiciliares e ruderais. A fauna comensal e doméstica eleva o potencial trófico local e estimula o incremento de populações de vetores e parasitos. E as facilidades de transporte e comunicação facilitam a expansão das áreas de distribuição das grandes endemias.
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