Objetivo: Estimar os custos das intervenções farmacêuticas na UTI de um hospital público de urgência e emergência e analisar possíveis alterações no tempo de internação das doenças que necessitaram medicamentos adicionais após intervenção farmacêutica. Método: Foram coletados dados do acompanhamento farmacoterapêutico de maio a julho de 2022 e utilizados os preços dos medicamentos, diluentes e materiais médico-hospitalares para cálculos de três tipos de custos: custo máximo da intervenção, custo da intervenção aceita e custo da intervenção rejeitada. Para a avaliação do impacto no tempo de internação das doenças que necessitaram medicamentos adicionais foi realizado um painel de especialistas. Resultados: Foram acompanhados 163 pacientes e avaliados 5.770 medicamentos prescritos. A intervenção farmacêutica mais frequente foi a sugestão de alteração de farmacoterapia (93,37%). A economia de recursos estimada foi R$ 10.858,87 (US$2,092.91), uma média de R$ 9,50/paciente-dia (US$ 1.83/paciente-dia). O custo máximo da intervenção e o custo da intervenção rejeitada foram de R$ 12.776,76 (US$ 2,462.56) e R$ 18,93 (US$ 3.65), respectivamente. As condições infecciosas necessitaram de mais intervenções, resultando em mais de 85% da economia total. Os itens A da curva ABC corresponderam a 77,00% das intervenções, com economia de R$12.496,11 (US$ 2,408.47). O painel de especialistas concordou que a ausência de medicamentos para a profilaxia de úlcera de estresse, terapia combinada para pneumonia associada a ventilação mecânica e choque séptico poderia aumentar em cinco, sete e sete dias de internação do paciente na UTI, respectivamente. Conclusão: O farmacêutico clínico, no cuidado ao paciente crítico, proporcionou economia no uso de medicamentos. Condições infecciosas e medicamentos A da curva ABC são pontos estratégicos para atuação do profissional. A melhoria da comunicação e construção de protocolos clínicos são importantes para maior retorno clínico e financeiro.