Editorial: “Entangled Temporalities in the Global South”

Abstract

1Esta edição da Contracampo celebra o 20º aniversário da nossa revista, bem como do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Ele traz um dossiê sobre temporalidades, especificamente discutindo as geografias do tempo no chamado "Sul Global". Uma questão muito importante, sugerimos, não só porque nos obriga a olhar e discutir as experiências de ser e viver no nosso mundo atual a partir da perspectiva de uma certa disputa, distribuição e negociação de poder, mas também, e principalmente, porque conecta esta questão à ideia de que a mídia -ou talvez devêssemos dizer, a paisagem midiática -é a principal responsável por (re)produzir tais disputas. O grande número de artigos submetidos a esta edição reforça a sua relevância e a fim de corroborar esta ideia, decidimos lançar 2 (duas) edições separadas: a atual (volume 36, número 3) e a próxima edição (volume 37, número 1).Em primeiro lugar, gostaríamos de sugerir que o termo Sul Global deve ser entendido aqui como constitutivo de temporalidades enredadas e, portanto, pensado menos como uma categoria correspondente a um espaço físico definido, e mais como uma localidade "ex-cêntrica" (COMAROFF, 2012) que desafia uma "(des)ordem mundial" (LEVANDER & MIGNOLO, 2011). Em outras palavras, é o sentido do Sul Global como uma localidade expandida que é aqui reconhecida e assumida como fundamental para entendermos que o próprio tempo é muito mais uma questão de enredamentos, do que de modelos específicos, estabelecidos e fixos.Como Arjun Appadurai aponta em seu estudo pioneiro As Dimensões Culturais da Globalização, a dinâmica forçada da globalização exige hoje um "trabalho de imaginação" (1996, p. 4ff) a

Cartographies of action research: searching for displacements of the epistemology of the South

“…These are some of the examples of Northern dominance over the South, through the naturalized and unnoticed epistemic colonization in which the spatial and temporal issues are fundamental to this discussion. Or rather, the lack of space and entangled temporalities make the science from the Global South tangential, as an expanded place (Resende & Thies, 2017) acknowledged and assumed as fundamental to understand that specific, established and fixed models attributed by the political and economic dominant order are intertwined with postcolonial models and challenge the world (dis)order (Levander & Mignolo, 2011). In this sense, rather than a negation of dominant models, this constitutive view on epistemologies of the South invites us to reformulate the former colony countries paradigms from perspectives that expose the power conflicts and the ideological naturalization of subordination, exclusion and peripheral status (Mata, 2014).…”

Cartografias da pesquisa-ação: em busca de deslocamentos da epistemologia do Sul

“…Estes são alguns dos exemplos da dominância do Norte sobre o Sul, através da colonização epistêmica naturalizada e desapercebida no qual as questões espacial e temporal são centrais a esta discussão. Ou melhor, a falta de espaço e temporalidades enredadas provocam a tangencialidade da ciência no Sul Global, como uma localidade expandida (Resende & Thies, 2017) reconhecida e assumida como fundamental para entendermos que modelos específicos, estabelecidos e fixos atribuídos pela ordem política e econômica dominante se entrelaçam com os modelos pós-coloniais e desafiam a (des)ordem mundial (Levander & Mignolo, 2011). Neste sentido, mais do que uma negação aos modelos dominantes, este olhar constitutivo sobre epistemologias do Sul convida a reformular os paradigmas de países coloniais a partir de perspectivas que exponham as disputas de poder e a naturalização ideológica da subalternidade, da exclusão e do estatuto periférico (Mata, 2014).…”