A argila, matéria prima da atividade cerâmica ou louça de barro, é um material que proporciona oportunidades criativas diversas, em função da maleabilidade e flexibilidade que apresenta. A produção da louça de barro é uma atividade antiga, perfazendo costumes e valores da humanidade, presente nas diversas localidades, especialmente nos ambientes rurais, e, em que pese a beleza das peças e a importância da atividade como arte e gerador de trabalho e renda, a desvalorização das ceramistas é expressiva. A pesquisa objetivou analisar a percepção das louceiras da comunidade rural do Ligeiro de Baixo, em Serra Branca/PB sobre a sua arte, seus saberes e dificuldades, perspectivas e potencialidades, à luz da Etnopedologia, ciência que estuda a relação das pessoas com o solo. A metodologia usada foi baseada no registro etnográfico com entrevista não estruturada, dando liberdade ao pesquisador para ir além das respostas e a pesquisa teve caráter qualitativo. Os resultados verificados expressam como principais dificuldades das louceiras a ausência de apoio para a comercialização e fortalecimento da atividade. Percebeu-se ainda a necessidade de associativismo e de orientações para o empreendedorismo. Embora os desafios sejam cada vez mais expressivos, as louceiras continuam firmes em se definir como artesãs, manipulando com graça e transformando a argila em belas peças. Ressalta-se na pesquisa que o artesanato com barro no Cariri sobrevive por si só, ainda que encontre obstáculos para isso.