Historicamente, a população do campo sofre com a exclusão em várias searas do tecido social brasileiro. Na última década, essa exclusão passou a se agravar com o desmonte de investimentos e a política de fechamento das escolas em virtude da nucleação escolar. Com a chegada da pandemia de Covid-19, esse cenário foi ainda mais impactado, tendo como consequência a oferta de um ensino sem qualidade durante o período em que vigorou o Ensino Emergencial Remoto (ERE). Diante do exposto, este escrito tem como objetivo diagnosticar os impactos da exclusão digital na educação do campo face ao contexto da pandemia de Covid-19 no território sergipano. A partir de um estudo de natureza qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com docentes, discentes, membros da gestão escolar e mães, totalizando 26 participantes, que fizeram/fazem parte da comunidade escolar de instituições escolares localizadas em áreas rurais de quatro regiões de Sergipe (Agreste Central, Alto Sertão, Centro-Sul e Médio Sertão). Os dados obtidos foram analisados com base na Análise do Discurso proposta por Orlandi (2009), e os resultados indicaram que a invisibilização da educação do campo no contexto sergipano se tornou ainda mais acentuada durante a pandemia e o período de duração do ERE devido à exclusão digital e à falta de políticas públicas, privando seu público de uma educação de qualidade.