Este artigo discute narrativas de professoras regentes em atuação na educação infantil, problematizando se os efeitos performativos da enunciação “ideologia de gênero” afetaram (ou não) o trabalho docente com a infância. Deste modo, nos fundamentamos nos estudos de gênero pós-estruturalistas, principalmente com as autoras Butler, Scott, Finco, Felipe e Paechter. A produção de narrativas com as docentes da educação infantil pautaram-se pelos princípios de Arfuch, na operacionalização de entrevistas dialógicas. Entre os resultados, as docentes enunciaram incertezas no entendimento do conceito de gênero e apontaram a ausência de discussões sobre o tema na formação inicial, porém, interviam em situações que emergiam no cotidiano. Consideramos que, de certa forma, as professoras resistem ao conservadorismo imposto nesses tempos, mesmo que por vezes sejam também afetadas por ele.