Educação inclusiva em revistas pedagógicas: análises de conteúdo e bibliométrica

Abstract

As revistas pedagógicas constituem um tipo de periódico educacional que têm sido amplamente lidas por professores e candidatos à docência no Brasil. Embora atuem decisivamente na formação inicial e continuada dos docentes e, por consequência, nas práticas pedagógicas adotadas em sala de aula, essas revistas têm sido pouco estudadas. A carência de estudos é ainda maior quando se trata das concepções e práticas sobre inclusão escolar veiculadas por elas. Com o objetivo de efetuar análises de conteúdo e bibliométrica de escritos sobre inclusão escolar publicados entre 1994 e 2005 em duas revistas pedagógicas, foram recuperados e analisados 40 textos, sendo 24 da revista AMAE Educando e 16 da Presença Pedagógica. As principais características bibliométricas das publicações sobre inclusão escolar dos dois periódicos são: artigos em gênero descritivo/reportativo; autoria individual; e apresentação de referências ou bibliografias. O conteúdo desses textos tem como tema principal a inclusão escolar de forma global, sem especificar um ou mais tipos de necessidades educacionais especiais. Adotam uma abordagem educacional da inclusão escolar não delimitando níveis e/ou tipos de ensino. Divergências entre as duas revistas foram detectadas, mas elas parecem convergir mais do que discrepar. São analisadas as limitações dos textos no que diz respeito aos fundamentos teóricos e práticos da inclusão escolar.

Discursos sobre avaliações de larga escala em revistas pedagógicas: análise da polifonia midiática

“…O recorte histórico aqui proposto (2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014) abrange um período de intensificação das tensões no campo da avaliação educacional. Por um lado, a partir de 2007, com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica -Ideb e da 2º edição da Prova Brasil (avaliação censitária do Sistema de Avaliação da Educação Básica -Saeb), houve uma impressionante expansão do aparelho avaliativo na forma de extensão da avaliação federal para diferentes etapas da educação básica, de multiplicação dos sistemas e programas de avaliação subnacionais.…”

“…Fonte: elaboração própria a partir da leitura de Pasquali (2010), Kerlinger (1980), Selltiz et al (1987); Kaplan (1969), Davoglio e Santos (2017), ) e Freitas, E. (1994.…”

“…Outro exemplo ilustrativo é o enunciado "ER07 -Fabiano A. dos Santos (SANTOS; VILALVA; FERREIRA, 2018, p. 312-313)", que também vincula a resistência às avaliações em larga escala como parte da resistência à "uma agenda internacional para a educação escolar", de caráter neoliberal. E por último, tal fator também deixa marcas em "ER13 -Sepe/RJ (SEPE/RJ, 2014)", que se estrutura em torno da oposição as reformas educacionais da secretária Cláudia Costin da SME do Rio de Janeiro (2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014), caracterizado pelo enunciador como um "pacotão de maldades travestido com o termo meritocracia".…”

“…O recorte histórico aqui proposto (2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014) para seleção do material da pesquisa abrange um período de expansão do aparelho avaliativo e de intensificação das tensões no campo da avaliação educacional no Brasil. Trata-se de um período de auge e de dominância histórica da política de avaliação em larga escala que começou a ser gestada desde o início dos anos 1990 (RIBEIRO, R. M., 2018).…”

“…Escola (2006)(2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014)(2015) em relação à temática da avaliação em larga escala tem o mérito de evidenciar posicionamentos críticos a essas avaliações mesmo em um periódico com tradição de alinhamento com as políticas educacionais governamentais. Entre as evidências sistematizadas vale destacar críticas de colunistas fixos, articulistas convidados e depoentes em relação a: 1) riscos de estreitamento curricular nas escolas e do foco excessivo na melhoria dos escores; 2) exclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem para forjar pontuações favoráveis das escolas; 3) recompensas e punições com base nos resultados; 4) apropriação inadequada dos resultados pela comunidade escolar.…”