Educação Musical De Crianças Pequenas

Abstract

"Este trabalho tem como objetivo fornecer subsídios teóricos para apropriações conscientes de materiais pedagógicos musicais voltados a crianças pequenas disponibilizados na internet. Tendo como aporte teórico principal a psicologia histórico-cultural, são analisados cinco vídeos. As análises mostram que, a despeito de vários aspectos positivos, algumas propostas revelam um desconhecimento de questões básicas sobre o desenvolvimento infantil que podem comprometer os objetivos musicais das atividades em questão. As considerações finais apontam para a necessidade de que a educação musical de crianças pequenas seja pensada sempre em total cumplicidade com questões postas pela psicologia do desenvolvimento."

A escuta musical como desencadeadora de sofrimento psíquico: um relato de caso

“…Enquanto ouvir está ligado ao ato de processar estímulos sonoros externos (Alves, 2015), escutar abrange diversos estágios de percepção e compreensão destes estímulos (Iazzetta, 2012). Ao escutar música, "preenchemos o som de significados que podem passar por algum conhecimento sobre os princípios de organização formal da música" (Nassif & Schroeder, 2016), mas que também podem expressar a totalidade de nosso corpo sensível (Caznok, 2015), isto é, a particularidade das memórias que nos compõem. Nesse sentido, a música é um estímulo acústico indutor de grande variedade de respostas emocionais nos ouvintes (Juslin & Laukka como citado em Ramos & Bueno, 2012).…”

“…Nassif e Schroeder observam o ato de escutar como um diálogo entre a música e o ouvinte. Uma vez que o universo da cultura é intrinsecamente responsivo movendose como um grande diálogo (Faraco como citado em Nassif & Schroeder, 2016), a música é permeada de dialogicidade devido a, entre outros fatores, o fato de que certamente receberá uma ou mais respostas -musicais ou não -em algum momento (Nassif & Schroeder, 2016). Nesta perspectiva, a escuta musical promoveria uma troca dinâmica de sentidos entre a linguagem musical e o ouvinte, funcionando, portanto, como um mecanismo revelador do universo -consciente e/ou desconhecido -de quem escuta extrapolando a interpretação dos signos musicais.…”