“…No Chile, por meio de Pinochet e dos Chicago Boys, a partir de um acordo de trocas assinado entre a Universidade Católica do Chile e a Universidade de Chicago em 1956, foram criados discursos e práticas militarizadas, transformadas em teorias acadêmicas para combater uma "perigosa" essencialização do eurocentrismo comunista no (e a partir do) sul do continente americano. Um campo de administração "pública" engajado com a maioria, informado por teorizações-práticas marxistas, populares e decoloniais, foi seletivamente decolonizado a partir da violenta neoliberalização da universidade no Chile (Mandiola & Varas, 2018), durante o período mais crítico da chamada Guerra Fria Inter-Americana que deslocou o eixo das tensões geopolíticas (Harmer, 2011). Os discursos de mercado livre visibilizaram uma pretensa democracia anti-estatismo e anticomunitarismo, impulsionada pelo milagre neoliberal da "orientação para o mercado" sem restrições, como progresso social em um país sulista do continente americano supostamente sem história, de acordo com as palavras de Henry Kissinger, e invisibilizaram o crescimento da violência, racismo, censura e desigualdade social contrária à vida da maioria no Sul e no Norte.…”