Efeito da suplementação de ômega 3 isolado ou associado em pacientes com doença de Alzheimer: uma revisão sistemática da literatura científica

Abstract

Introdução: O envelhecimento da população está associado ao aumento da incidência da doença de Alzheimer (DA), a qual causa graves complicações ao paciente. Os nutrientes imunomoduladores, como os ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) da série ômega 3 (w-3) podem auxiliar na melhora do quadro clínico da DA. Objetivo: Analisar o efeito da suplementação de PUFAs w-3 isolado ou associado na população idosa com DA. Material e métodos: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura científica nas bases de dados Pubmed e Science Direct, que englobou ensaios clínicos em idosos com provável e/ou comprovado diagnóstico de DA e suplementados com PUFAS w-3 isolado ou associado, no idioma inglês e com os seguintes descritores em saúde (DECs): brain, Alzheimer’s disease, fatty docosahexaenoic acid (DHA), polyunsaturated fatty acids (PUFA), older and elderly people e termo de pesquisa: eicosapentaenoic acid (EPA). O recorte temporal das publicações foi delimitado de 2006 a 2017. Resultados: foram selecionados 10 ensaios clínicos, cuja suplementação de w-3 favoreceu menor declínio no score de miniexame de estado mental (MEEM), retardo da disfunção, melhora no domínio de agitação do inventário neuropsiquiátrico (NPI) e melhora dos sintomas depressivos pela Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS). Foram observadas mudanças significativas como aumento de apetite, peso, índice de massa corporal (IMC), EPA e DHA, além de reduções nos níveis séricos de albumina, ácido araquidônico (AA), ácido mirístico, interleucina-6 (IL- 6), interleucina 1 ß (IL-1ß) e fator estimulante de colônias de granulócitos (G-CSF) e redução na liberação de prostaglandina F2α (PGF2α). Foram relatadas alterações positivas em alguns genes e em outros, redução de sua expressão, além de hipometilação de importantes genes. Conclusão: A suplementação de PUFAs w-3 exerceu efeito positivo em pacientes com DA grau leve a moderado.

A influência da dieta nos quadros de doenças degenerativas na população idosa

“…Dessa forma, a capacidade anti-inflamatória do w-3 seria potente ao ponto de minimizar os efeitos pró-inflamatórios do AA e melhorar sintomas de DA, por se tratar de uma doença com características inflamatórias. (Santos, 2019).…”

“…Quando comparados com indivíduos saudáveis, pacientes com DA apresentam níveis plasmáticos de selênio diminuídos, com piora da função cognitiva (Weber, et al, 2019) e segundo estudo o selénio é um micronutriente que quando ligado a aminoácidos como a cisteína permite que estes se incorporem em selenoproteínas cuja função enzimática é fundamental para diminuir o stress oxidativo, o que é particularmente relevante na prevenção e progressão da doença de Alzheimer. Diante da complexidade da DA, sendo de origem multifatorial, é importante que hábitos alimentares saudáveis, como por exemplo os obtidos com a dieta Mediterrânea sejam mantidos ao longo da vida (Santos, 2019).…”

O papel neuroprotetor do Ômega 3 na doença de Alzheimer

“…É exatamente nesse contexto, que estudos revelam que a formulação ômega 3 DHA induz a redução da formação da proteína β-amiloide, relacionada ao desenvolvimento patológico da DA, sugerindo assim que o ômega 3 tem certa capacidade de auxílio na prevenção e no tratamento da doença de Alzheimer (LUKIW W, et al, 2005;HASHIMOTO M, et al, 2008). Santos CRG, et al (2019), realizou uma revisão sistemática, sendo selecionados 10 ensaios clínicos. Tais ensaios clínicos evidenciaram menor declínio na função cognitiva, lentificação da disfunção cognitiva e melhora da funcionalidade neuropsíquica nos pacientes que estavam suplementando com ômega 3.…”