Ao longo da evolução, tanto em animais como humanos, a dor funcionou como consequência do instinto de sobrevivência, pois tem função protetora no organismo, importante para a integridade física. Sua intensidade varia de acordo com a patologia e gravidade da lesão tecidual, bem como o limiar de dor de cada espécie, ainda devendo considerar-se peculiaridades individuais. Sabe-se que os asininos, quando comparados aos equinos, apresentam sinais de dor mais sutis ou quase imperceptíveis, sendo os sinais mais observados apatia, inapetência, claudicação e relutância ao mover-se, comportamentos estes que nem sempre são relacionados à dor e que alguns deles são comuns em diversas enfermidades. A literatura a respeito de terapêutica no controle álgico em jumentos também é escassa, e a maioria dos protocolos são seguidos usando os indicados para equinos, apesar de já ter sido comprovadas diferenças entre fisiologia, farmacocinética e metabolização dos medicamentos. As terapias para o controle da dor podem ser feitas isoladamente, ou através de terapias multimodais, utilizando-se associação de fármacos de diferentes classes e técnicas analgésicas. Os principais fármacos descritos para analgesia em asininos em diversas patologias são a fenilbutazona, flunixin, butorfanol e detomidina. Apesar de muitas vezes não ter tanta importância e foco como os equinos, mais pesquisas com asininos se fazem necessárias, no que diz respeito principalmente a seu comportamento, gestão da dor, e dosagens terapêuticas adequadas, auxiliando assim no bem-estar, qualidade de vida e força de trabalho no auxílio ao desenvolvimento humano. O presente artigo de revisão busca elucidar fundamentos sobre a dor e promoção de analgesia em asininos.